27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1030-1


Poster (Painel)
1030-1ESTUDO DA ATIVIDADE DE EXTRATO BRUTO DE Hibiscus sabdariffa L. E DE HETEROPOLIÁCIDOS SOBRE MICRO-ORGANISMOS CAUSADORES DE OTITE CANINA
Autores:Ribeiro, F.E.R. (UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro) ; Mathias, L.S. (UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro) ; Carlos, L.A. (UFSJ - Universidade Federal de São João Del-Rei) ; Almeida, J.C.A (UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro) ; Passoni, L.C. (UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro) ; Motta, O.V. (UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro)

Resumo

As otites são uma das principais patologias em cães e Staphylococcus pseudintermedius, S. aureus, Pseudomonas aeruginosa e Malassezia pachydermatis estão entre os principais micro-organismos envolvidos. Novas substâncias antimicrobianas são prementes frente ao surgimento de cepas resistentes. Heteropoliácidos (HPAs) são compostos sintéticos com propriedades antibacterianas e antifúngicas e Hibiscus sabdariffa L. tem sido amplamente utilizada para o tratamento de diversas doenças. Isolados clínicos de S. pseudintermedius, S. aureus e P. aeruginosa, assim como as cepas padrão S. aureus ATCC33591 (MRSA) e P. aeruginosa ATCC9027, foram cultivados em caldo Muller Hinton + 2% de glicose, e os isolados clínicos de M. pachydermatis em caldo Sabouraud. Os compostos utilizados foram os sais de HPAs PMo12, PW12, SiW12 e SiW10, (0,56µM/mL) e o extrato bruto de Hibiscus sabdariffa L. (EbHs). Miconazol (1mg/mL) e Gentamicina (200µg/mL) foram utilizados como controles positivos (C+), respectivamente, para fungo e bactérias e os micro-organismos sem tratamento foram utilizados como controle negativo (C-). Nos tratamentos com os sais de HPAs, os compostos foram adicionados no tempo zero e de 3 a 36 horas após início do crescimento. Após incubação a 37ºC, obteve-se curvas de crescimento com o uso de fotômetro e foram feitas as porcentagens de inibição de cada tratamento. Com o EbHs foi feito o teste da concentração mínima inibitória (CMI) através da contagem de colônias. Após os tratamentos com os sais de HPAs, P. aeruginosa foi analisada por microscopia óptica de fluorescência (MF) com corante vital e M. pachydermatis foi analisada por microscopia eletrônica de transmissão (MET). No tempo zero, as porcentagens de inibição dos sais de HPAs PMo12, PW12, SiW12 e SiW10 foram em M. pachydermatis 98%, 97%, 98% e 47%, respectivamente; P. aeruginosa (99%, 97%, 100%, 36%); S. pseudintermedius (100%, 98%, 100% e 30%); e S. aureus (100%, 99%, 100% e 35%). Nos tempos que variaram entre 3 e 36 horas, as porcentagens de inibição foram em M. pachydermatis 84%, 58%, 75% e 16%, respectivamente; P. aeruginosa (95%, 91%, 98%, 30%); S. pseudintermedius (96%, 85%, 98% e 26%); e S. aureus (95%, 68%, 98% e 31%). A CMI do EbHs foi de 105mg/mL para as bactérias e 63mg/mL para a levedura. Após os tratamentos, os produtos foram bactericida ou bacteriostático e fungicida ou fungistático, de acordo com cada composto utilizado. Os resultados de MET de M. pachydermatis demonstraram a presença de células leveduriformes com espessamento da parede celular, desorganização do citoplasma e liberação de grânulos eletrodensos dos vacúolos. Os resultados de MF de P. aeruginosa mostraram que os HPAs permearam a membrana. Outros trabalhos demonstraram o efeito inibitório destes compostos sobre Sporothrix schenckii, Candida albicans e Escherichia coli.