27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1028-1


Poster (Painel)
1028-1Galleria mellonella como modelo de experimentação animal em Paracoccidioides brasiliensis e P. lutzii.
Autores:Machado, G.C. (IBB/UNESP - Instituto de Biociências de Botucatu - UNESP) ; Bagagli, E. (IBB/UNESP - Instituto de Biociências de Botucatu - UNESP)

Resumo

Os fungos ascomicetos Paraccocidioides brasiliensis e P. lutzii são os agentes etiológicos da paracoccidioidomicose, uma das mais importantes micoses sistêmicas da América Latina. Paracoccidioides spp. em sua forma micelial infectante habita saprobioticamente o solo e no hospedeiro se converte para a forma leveduriforme, podendo causar a doença propriamente dita. Modelos invertebrados de experimentação animal, entre eles, as larvas de traça da cera da espécie Galleria mellonella, vêem sendo utilizados em estudos com diversos fungos, já que várias características imunológicas dos insetos são conservadas em vertebrados. As vantagens da utilização desses modelos são principalmente a facilidade e o baixo custo de sua manutenção, a possibilidade de utilização de uma grande quantidade de indivíduos nos ensaios, além de ser, obviamente, uma alternativa melhor aceita do ponto de vista ético em relação ao uso de vertebrados. O estudo objetivou a padronização de um ensaio de virulência envolvendo larvas de G. mellonella e diferentes isolados de Paracoccidioides spp. Os isolados Pb192, Pb339, T15LN1 (P. brasiliensis), Pb01 e Pb8334 (P. lutzii) foram inoculados em 5 grupos distintos compostos de 24 larvas pesando entre 170mg e 210mg com pouca ou nenhuma melanização. As larvas foram infectadas com 4,0.105 leveduras ressuspendidas em 20µl de PBS através de injeção na região próxima à última “pro-leg” esquerda. Como controle, um grupo adicional foi inoculado apenas com 20µl de PBS e outro poupado de qualquer inóculo. As larvas foram mantidas por 21 dias à temperatura de 37ºC e as taxas de mortalidade medidas diariamente. O isolado mais virulento foi o Pb8334, matando 50% das larvas em apenas 7 dias. A partir do 11º dia, porém, os isolados Pb339 e T15LN1 igualaram as taxas de mortalidade de Pb8334. O isolado menos virulento foi o Pb01 com apenas 5 larvas mortas ao final do experimento. Pb192 apresentou taxas de mortalidade intermediárias. Não foi possível observar correlação entre espécie do isolado utilizado e nível de virulência apresentado. Entretanto, os resultados obtidos demonstram que é possível a utilização desse modelo experimental para posteriores estudos envolvendo Paracoccidioides spp. Adicionalmente, foi realizado reisolamento em meio Mycosel a partir de larvas infectadas nas condições anteriormente citadas com o isolado T15LN1 e mortas no 3º dia de infecção.