27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1023-1


Poster (Painel)
1023-1Efeito da Sinvastatina sobre a viabilidade e formação de biofilme do Staphylococcus aureus
Autores:Graziano, T.S. (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba) ; Cuzzollin, M.C. (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba) ; Mello, P.S. (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba) ; Bentes, A.P.G. (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba) ; Andrade, E.D. (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba) ; Schwartz-Filho, H.O. (UNISA - Universidade de Santo Amaro) ; Franco, G.C. (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Groppo, F.C. (FOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba) ; Cogo-Müller, K. (UNISA - Universidade de Santo AmaroFOP/UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba)

Resumo

Introdução: As infecções hospitalares e infecções causadas por microrganismos multirresistentes são grande motivo de preocupação mundial. Dentre os microrganismos mais comumentes associados a esse tipo de infecção se encontra o Staphylococcus aureus, cuja capacidade em formar biofilmes resulta em uma estratégia para a sobrevivência, tornando as células bacterianas menos acessíveis ao sistema de defesa do organismo e aos antimicrobianos. Estudos recentes têm demonstrado que as estatinas, utilizadas para a redução de lipídios em pacientes com níveis elevados de colesterol, apresentam atividade antimicrobiana contra diferentes espécies bacterianas e fúngicas. Objetivo: Avaliar o efeito da Sinvastatina (SIN) sobre a viabilidade e formação de biofilme de S. aureus, comparando seus efeitos com a Vancomicina (VAN) e a Gentamicina (GEN). Metodologia: Culturas de 5 cepas de S. aureus (ATCC 29213, MRSA 33591, MRSA 43300, 14458 e 6538) foram submetidas ao Teste de Concentração Inibitória Mínima (CIM). Para a avaliação da capacidade de formação de biofilme, culturas de S. aureus foram tratadas com as substâncias teste em concentrações de 8 vezes maior que a CIM (8x>CIM) até 128 vezes menor que a CIM (128x < MIC) e submetidos à quantificação pelo método de coloração com cristal violeta e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Para a análise estatística foi utilizado o teste Kruskal-Wallis e o nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Os valores de CIM encontrados foram: SIN - 15,65 µg/ml (29213) e 31,25µg/ml para as outras cepas; GEN - 0,78 µg/ml (29213 e 14458), 1,56 µg/ml (6538) e 3,12 µg/ml (MRSA 33591); VAN - 1,56 µg/ml para todas as cepas. A Sinvastatina conseguiu reduzir de forma significativa a formação do biofilme em concentrações até 8x < CIM para as 2 cepas testadas (p<0,05). Além disso, para S. aureus ATCC 29213 nas concentrações até 32x < CIM e até 64x < CIM, o grupo SIN apresentou uma maior capacidade em reduzir a formação do biofilme quando comparada aos grupos GEN e VAN (p<0.05). Quanto ao S. aureus MRSA ATCC 33591, essa redução em relação aos antibióticos padrões ocorreu até em concentrações 8x < CIM (p<0.05). Ainda, as imagens obtidas pela MEV confirmaram essa redução na adesão e formação do biofilme pela SIN, indicando ainda uma provável redução na produção da matriz extracelular. Conclusão: A Sinvastatina apresentou atividade inibitória em baixas concentrações e uma excelente capacidade em inibir a aderência e a formação do biofilme pelo S. aureus, mesmo em concentrações muito menores que a CIM.