27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1017-1


Poster (Painel)
1017-1CONTROLE DE MICRO-ORGANISMOS PRESENTES NA FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO
Autores:Pinto Neto, R. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") ; Souza, T. C. F. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") ; Beltrame, H. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") ; Marabesi, A. O. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") ; Souza, R. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") ; Sica, P. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") ; Nishimura, R. D. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") ; Paula, A. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") ; Tikami, I. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") ; Chinaglia, A. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") ; Baptista, A. S. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") ; Aguiar, C. L. (ESALQ / USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz")

Resumo

A constante oscilação dos preços do petróleo, as conseqüências negativas da utilização de recursos fósseis não-renováveis e a necessidade de substituir o petróleo como principal fonte de combustível são os principais motivos para a crescente busca por fontes de energia limpas e renováveis. Neste contexto, o etanol brasileiro tem sido destaque como fonte de energia sustentável e possível de ser utilizado em qualquer parte do mundo. Nas destilarias brasileiras o etanol é produzido utilizando mosto não estéril, com isso ocorre a diminuição da eficiência e da produtividade do processo de fermentação pela ação de micro-organismos contaminantes. Sendo assim, a redução da população desses micro-organismos contaminantes é fundamental para a obtenção de alta produtividade e de alto rendimento no processo de fermentação. Por esses motivos, este trabalho teve como objetivos verificar o potencial do peróxido de hidrogênio (H2O2) ser usado no controle de micro-organismos contaminantes do mosto; estabelecer a dose mínima de H2O2 necessária para reduzir em 90% a população desses micro-organismos e investigar o rendimento e a produtividade da fermentação alcoólica após o uso do H2O2. Os experimentos foram realizados nos laboratórios do Setor de Açúcar e Álcool da ESALQ/USP. As doses de H2O2 testadas foram: 0, 100, 250, 500, 1000, 2500 e 5000 mg L-1. Foram utilizados mostos com 16, 20 e 24º Brix. Os mostos foram tratados com o H2O2 e, em seguida, inoculados em placas de Petri para a realização da contagem bacteriana e da contagem total de micro-organismos. Além disso, foram realizadas análises do Brix, ART, Biomassa, Teor alcoólico e da Viabilidade Celular das leveduras no início e no final de cada ciclo fermentativo e para cada tratamento. A partir da dose de 500 mg L-1 houve redução significativa da população bacteriana contaminante do mosto, em no mínimo 90%, sem ocorrer redução da população das leveduras responsáveis pela fermentação. Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre os diferentes tratamentos a partir da dose de 500 mg L-1. Logo, pode-se concluir que o H2O2 possui potencial de controlar os micro-organismos contaminantes do mosto, a dose necessária de H2O2 para reduzir em 90% a população desses micro-organismos é de no mínimo 500 mg L-1 e que o uso do H2O2 no tratamento de mostos com diferentes concentrações de sólidos solúveis não altera o rendimento e a produtividade da fermentação alcoólica quando comparado com mostos não tratados.