27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1015-1


Poster (Painel)
1015-1ATIVIDADE BIOLÓGICA DE COMPLEXOS METÁLICOS CONTRA CEPAS CLÍNICAS DO FUNGO Sporothrix schenckii
Autores:MATHIAS, LS (UENF - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE) ; MORCELLI, SR (UENF - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE) ; MOREIRA, RO (UENF - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE) ; FERNANDES, C (UENF - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE) ; ALMEIDA, JCA (UENF - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE) ; VIEIRA-DA-MOTTA, O (UENF - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE)

Resumo

A esporotricose é uma infecção crônica subcutânea de humanos e animais e tem como agentes etiológicos um complexo de espécies crípticas filogeneticamente relacionadas denominado de Complexo S. schenckii. No Rio de Janeiro e adjacências essa zoonose tornou-se doença re-emergente de saúde pública. Relatos de cepas resistentes justificam a procura de substâncias biologicamente ativas e menos tóxicas do que as drogas existentes. O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a citotoxicidade e a bioatividade de complexos metálicos com Zn(II) e Cu(II) sobre a forma leveduriforme de seis cepas e demonstrar por microscopia se estes compostos induzem a permeabilização de membranas e alterações ultraestruturais. O efeito citotóxico dos compostos foi mensurado pelo ensaio da metabolização do MTT em cultura de células VERO na presença dos compostos (500- 7.8µM). Em seguida, a concentração inibitória mínima foi determinada como descrito pelo documento NCCLS M27-A2 e após os tratamentos, as células fúngicas foram incubadas na presença do corante vital Sytox Green para investigar a permeabilização de membrana. Para análise ultraestrutural, as mesmas foram preparadas de acordo com os procedimentos de rotina para microscopia eletrônica de transmissão. Os resultados demonstraram que a citotoxidade dos complexos metálicos sobre a cultura celular foi dependente da concentração e o teste de sensibilidade antifúngica revelou que os ligantes H2BPClNOL e BMPA sozinhos apresentaram uma CIM de aproximadamente 4µM, enquanto que os complexos metálicos ZnIIH2BPClNOL e CuIIBMPA apresentaram uma CIM de 2-16µM e 2-31µM, respectivamente, de acordo com as cepas testadas. Análises por microscopia de fluorescência demonstraram que os compostos puderam permear as membranas, enquanto que por microscopia eletrônica foi observada alterações morfológicas como desorganização citoplasmática, vacuolização e deposição de grânulos eletrodensos no entorno da parede celular das células fúngicas. Diferentes trabalhos demonstraram que outros ligantes e complexos com cobre (HBPA, BS e CuIIBS) impediram a formação de biofilme por C. neoformans, enquanto que os complexos com ferro (FeH2BPClNOL) e zinco (ZnIIHBPA) apresentaram atividade inibitória significativa contra S. aureus, demonstrado por microscopia eletrônica que as células tratadas apresentavam grânulos eletrodensos ligados à parede celular, extravazamento do conteúdo citoplasmático e formação de vesículas. Além disso, imagens obtidas por microscopia eletrônica de células leucêmicas tratadas por 6 e 12hs na presença do complexo ZnIIH2BPClNOL demonstraram que este composto induz intensa vacuolização, fragmentação nuclear e indícios de morte celular por apoptose. Esses resultados podem sugerir que estes compostos podem ser considerados como fortes candidatos a novos metalofármacos tanto com atividade antifúngica quanto antibacteriana.