27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1014-1


Poster (Painel)
1014-1Formação de biofilme por Rhodococcus equi e viabilidade intracelular: estratégias para sobrevivência no hospedeiro humano.
Autores:FARIA, Y.V. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroUEZO - Centro Universitário Estadual da Zona OesteIFRJ - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio d) ; SOUZA, M.C. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; SANTOS, L, S. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; SANTOS, C, S. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; SOUZA, C. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; SANT'ANNA, L.O (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; ANTUNES, C. A. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroUFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; RAMOS, J. N. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroFIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; SIMPSON-LOUREDO, L. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroFIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; SABBADINI, P. S. (UNICEUMA - Universidade CEUMA) ; GOMES, D.L.R (IFRJ - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio d) ; HIRATA JR. R. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; MATTOS-GUARALDI, A. L. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; NAPOLEÃO, F. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo

Rhodococcus equi é responsável por pneumonia associada à AIDS e infecção extra-pulmonar em indivíduos imunocompetentes. Muito pouco se sabe sobre as estratégias empregadas por R. equi para infectar e sobreviver dentro dos tecidos humanos. Tivemos como objetivo investigar a capacidade de produção de biofilme e interação com células epiteliais HEp-2 de nove amostras de R. equi de origens diversas. Correlações entre propriedades como morfologia colonial, hemaglutinação, presença de genes vap e propriedades de ligação a componentes teciduais foram analisados. Os dados mostraram que quatro cepas foram positivas para diversos genes da família vap (vapCDEFGH). A formação de biofilmes em superfícies abióticas foi independente da presença dos genes vap. As propriedades hidrofílicas pareceram influenciar a expressão de adesinas envolvidas na formação de biofilme, uma vez que este processo só foi observado para as cepas de R. equi mucoides associados à doença invasiva (sangue, do fígado ou do pulmão). A formação de biofilmes em superfícies de poliestireno foi observada apenas entre os isolados humanos enquanto biofilmes em superfícies de vidro também foram observados para as cepas de R. equi isoladas de animais. R. equi expressa adesinas com afinidade para receptores das células epiteliais, mas não eritrócitos humanos e Fn. O padrão de aderência agregativa semelhante foi observado somente para cepas mucóides vapACDEFGH-positivas. Os resultados do teste FAS indicaram a entrada de R. equi em células epiteliais humanas em cultura independente de microfilamentos de actina. Cepas de R. equi foram capazes de sobreviver no ambiente intracelular até 24 h pós-infecção, independentemente do sítio de origem, padrões de aderência para células HEp-2, formação do biofilme, presença de genes de PAV, cápsula, hemaglutininas e propriedades de ligação para fn. Em conclusão, a presença de cápsula pode contribuir para a formação de biofilme por R. equi. Além da formação de biofilme, R. equi também desenvolveram estratégias para sobreviver no interior das células epiteliais humanas. O fato de ligar ao Fn não pareceu influenciar o processo de invasão R. equi. Foi observada a formação de biofilme por microscopia eletrônica de varredura em cateter siliconado o mesmo não ocorreu para vidro e poliestireno. Os dados indicam a existência de heterogeneidade na expressão de mecanismos de virulência de cepas de R. equi associadas a infecções em humanos.