27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1008-1


Poster (Painel)
1008-1Sensibilidade de Beauveria bassiana (Bals.) Vuill ao fungicida azoxistrobina após sucessivos cultivos in vitro
Autores:Zorzetti, J. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Constanski, K. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; Santoro, P.H. (IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná) ; Neves, P.M.O.J. (UEL - Universidade Estadual de Londrina)

Resumo

A eficiência dos fungos entomopatogênicos pode ser alterada após sucessivos cultivos in vitro. O objetivo deste trabalho foi avaliar a sensibilidade ao fungicida azoxistrobina de isolados de Beauveria bassiana após sucessivos cultivos in vitro sob diferentes condições nutricionais. Foram utilizados o meio BDA (batata, dextrose, ágar) e MPE (meio para a produção de esporos de Beauveria spp.). O fungo foi inicialmente inoculado em adultos de Alphitobius diaperinus (1º(A)), cultivado por 20 vezes nos diferentes meios, inoculado no inseto pela segunda vez e novamente cultivado nos diferentes meios (1º(B)). Foram selecionados para os ensaios, os conídios de 1º(A), 10º, 20º e 1º(B) cultivos, dos isolados CG 152 e Unioeste 40. Para testar a seletividade de B. bassiana a produtos químicos após os sucessivos cultivos, selecionou-se o fungicida Azoxistrobina (Priori® 250 g i.a/L), por apresentar compatibilidade com alguns isolados dessa espécie. Foram realizados testes de unidades formadoras de colônias (UFC) e germinação. Para o teste de germinação, placas de petri contendo meio MPE foram pulverizadas com 0,1 mL de uma solução com fungicida (0,1 mL do fungicida em 1 L de água destilada). Após a secagem da solução, foi inoculado 0,1 mL de uma suspensão do fungo (1×107 conídios mL-1). A avaliação foi realizada após 20 horas (25 °C). Para as UFC, inoculou-se 0,1 mL da suspensão de conídios (1x103 conídios mL-1) sobre o meio MPE tratado superficialmente com a solução fungicida. Após quatro dias, quantificou-se o número de colônias formadas. Foram realizadas seis repetições por tratamento. Para as testemunhas, o fungicida foi substituído por água destilada. Os cultivos sucessivos e as condições nutricionais do meio interferiram na sensibilidade de B. bassiana ao fungicida, e os isolados mostraram comportamentos semelhantes entre si. Os conídios originados em MPE, no geral foram mais resistentes ao fungicida, e a inoculação no hospedeiro também aumentou essa tolerância. A redução do número de UFC para os conídios expostos ao fungicida foi menos acentuada que a redução na germinação, que pode ter sido causado por um atraso da germinação. Esses resultados mostram que é possível aprimorar a eficiência de fungos no controle de pragas, através da seleção de um isolado virulento, manipulação de suas condições nutricionais durante o cultivo e da inoculação no hospedeiro.