27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1004-2


Poster (Painel)
1004-2IDENTIFICAÇÃO DE BASTONETES GRAM-NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES INCOMUNS EM HEMOCULTURAS POR MÉTODOS FENOTÍPICOS MANUAIS, PROTEÔMICO E SEQUENCIAMENTO
Autores:BARANDAS, G.M. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; NETO, O.C.C. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; PELOSO, P.F (RICHET - Laboratório Richet) ; JONES, M.C.M.F. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; BARBOSA, B.G.V. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; LEÃO, R.S. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; MARQUES, E.A. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO)

Resumo

Introdução: Alguns Bastonetes Gram-negativos não fermentadores costumam ser considerados clinicamente pouco significantes e a sua implicação em infecções é subestimada. Devido à similaridade fenotípica, mudanças taxonômicas, baixa reatividade bioquímica e limitações nos bancos de dados em sistemas comerciais, a identificação de BGNNF é frequentemente equivocada, culminando em diferentes microrganismos, referidos apenas como um grupo “BGNNF”, por falta de melhor diferenciação.Objetivos: Avaliar por métodos fenotípico convencional, proteômico e molecular a identificação de BGNNF incomuns isolados em hemoculturas de pacientes atendidos em um hospital universitário no Rio de Janeiro. Metodologia: Foram selecionadas 78 amostras de hemoculturas caracterizadas no laboratório clinico como BGNNF para a identificação por sequenciamento dos genes rrs 16S RNA e recA; por um conjunto amplo de testes fenotípicos manuais e por MALDI-TOF MS. Resultados: Considerando os resultados do sequenciamento do 16S, a maioria das amostras (n=31;40%) foi incluída no Complexo Burkholderia cepacia (CBc), seguido de Pseudomonas stutzeri (10%), Delftia acidovorans (4%) e Stenotrophomonas maltophilia (4%). As demais corresponderam a uma, duas ou três amostras de 27 diferentes espécies. O sequencimento do gene recA identificou a maioria das espécies do CBc como Burkholdeira contaminans (n=19;24%). Os testes fenotípicos incluíram as 31 amostras apenas no CBc e para as outras 47 amostras, a concordância com o sequenciamento do 16S em nível de espécie foi de 61,7% (n=29) e em gênero a concordância foi de 17% (n=8). A análise comparativa geral da identificação por MALDI-TOF MS com o sequenciamento 16S mostrou que 42% (n=33) das 78 amostras foram concordantes em nível de espécie e 45% (n=35) apenas em gênero. Excluindo as amostras do CBc, houve um aumento importante da concordância em nível de espécie para 60%. As discordâncias sugerem ser devido às diferenças nos perfis proteicos das amostras em relação às amostras-referência do banco de dados do equipamento e podem ser aprimorados com a atualização constante de perfis no sistema. Conclusão: As discordâncias entre as técnicas ocorreram principalmente devido a dificuldade de identificação das espécies do CBc. Os BGNNF incomuns são de difícil caracterização independente da metodologia usada e nenhum método por si só foi capaz de identificar todas as amostras.