27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:1004-1


Poster (Painel)
1004-1Acinetobacter spp.: RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS E PRODUÇÃO DE CARBAPENEMASES EM AMOSTRAS DO AMBIENTE DE CENTRO DE TRATAMENTO INTENSIVO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO RIO DE JANEIRO
Autores:BARBOSA, B.G.V. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; CERULHO, V.R. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; SANTIAGO, N.L. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; JONES, M.C.M.F. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; LEÃO, R.S. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; MARQUES, E.A. (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO)

Resumo

Acinetobacter spp. multirresistente (MDR) é frequentemente associado a infecções relacionadas a assistência em saúde em pacientes internados em unidades críticas, aumentando a morbidade e os custos do atendimento. Espécies do gênero conseguem permanecer por longos períodos no ambiente, especialmente em superfícies. Este trabalho teve por objetivo avaliar a susceptibilidade a antimicrobianos e a presença de genes de carbapenemases do tipo OXA em amostras do gênero Acinetobacter isoladas do ambiente de CTI de um hospital universitário no RJ. Entre janeiro e julho de 2012 foram realizadas seis coletas do ar e da superfície de diferentes pontos do CTI. A susceptibilidade para onze antimicrobianos foi determinada pelo método de difusão em ágar (CLSI 2013). A presença dos genes blaOXA-51- like, blaOXA-23- like, blaOXA-24- like, blaOXA-58- like e blaOXA-143 foi investigada através de PCR multiplex. Foram selecionadas 27 amostras identificadas fenotipicamente como Acinetobacter spp., 8 (29,6%) coletadas do ar e 19 (70,4%) de superfícies: respirador (n=10; 52,6%), carrinho de enfermagem (n=3; 15,8%), bombas infusoras (n=5; 25,3%) e pia do posto de enfermagem (n=1; 5,3%). Das amostras de superfície, 16 foram identificadas como A.baumannii e foram resistentes aos carbapenêmicos (MDR). As três amostras não-baumannii foram sensíveis a maioria dos antimicrobianos. A única amostra do ar identificada como A. baumannii foi MDR, semelhante às de superfície. As demais amostras foram não- baumannii apresentaram sensibilidade maior que 85% para todos os antimicrobianos testados. Todas as amostras de A. baumannii apresentaram os genes blaOXA 51 e blaOXA-23, enquanto para as não-baumannii nenhum dos genes foi detectado. De acordo com os dados levantados pela CCIH, as amostras clínicas de Acinetobacter spp.(n=38) isoladas dos pacientes internados no CTI nesse período foram MDR, com 97,3% de resistência aos carbapenêmicos. Observamos que A. baumannii ocorreu principalmente nas superfícies próximas ao leito e apresentam características de resistência semelhantes às amostras clínicas. Os achados sugerem que a contaminação do ambiente com as amostras de colonização/ infecção dos pacientes, pode servir como fonte para disseminação desse microrganismo na unidade. Dessa forma, a ênfase em medidas de controle de infecção relacionadas à limpeza adequada do ambiente se faz necessária.