27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:999-1


Prêmio
999-1Prevalência de Streptococcus pneumoniae do sorotipo 19A antes e após a introdução da vacina conjugada 10-valente no Brasil
Autores:CASSIOLATO, A.P. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; ALMEIDA, S.C.G. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; GUERRA, M.L.S (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; BRANDÃO, A.P. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; PRADO, L.S. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; BOKERMANN, S. (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; BRANDILEONE, M.C.C. (IAL - Instituto Adolfo Lutz)

Resumo

Introdução: Streptococcus pneumoniae (Spn) é um dos patógenos respiratórios mais comuns no mundo. Em 2010, o Brasil introduziu a vacina pneumocócica conjugada 10-valente (PCV10) no calendário de imunização infantil. Com a introdução das vacinas conjugadas, diversos países têm reportado o aumento de sorotipos não vacinais em portadores e em doenças pneumocócicas invasivas (DPI), principalmente relacionado ao sorotipo 19A, o qual vem sendo considerado de grande preocupação devido a sua associação com a resistência aos antimicrobianos. Objetivo: Para investigar a prevalência de cepas invasivas e de portadores de Spn sorotipo 19A no período pré (2005-2009) e pós (2011-2012) a introdução da PCV10 no Brasil, foi realizada uma investigação dos dados de vigilância com base laboratorial do NMPI do IAL. Resultados: Em casos de DPI, houve um total de 185 cepas do 19A. Do total, 112 foram isoladas em 2005-2009 e 73 em 2011-2012. Destes períodos, respectivamente, 35 e 15 eram de crianças <2 anos, 15 e 17 de 2 a <5 anos e 17 para os 2 períodos em adultos ≥50 anos. Em relação à resistência a penicilina, de um total de 38 cepas resistentes isoladas em 2005-2009, 12(32%) foram de crianças <2a e 6(16%) de 2-<5a. Já no período pós-vacinal, houve um total de 24 cepas resistentes, sendo 3(13%) isoladas de <2a e 4(17%) de 2-<5a. Nos adultos ≥50a, 5(13%) cepas resistentes foram isolados em 2005-2009 e 9(38%) em 2011-2012. Neste grupo, no período pós-vacinal, 3 amostras apresentaram resistência também a ceftriaxona, sulfametoxazol-trimetoprim e eritromicina. No caso de portadores, foram encontradas 17 cepas no período pré-vacinal sem resistência a penicilina ou ceftriaxona. Discussão/Conclusão: Esses dados não mostram uma mudança significativa da prevalência de Spn 19A após a introdução da PCV10 no Brasil na população vacinada (<2a), mostrando uma média anual de 7 e 8 cepas nos períodos pré e pós-vacinal, respectivamente. Em crianças de 2-<5a e adultos ≥50a houve uma variação da média anual de 3 casos nos anos 2005-2009 para 12 casos em 2011-2012, muito provavelmente devido a melhoria da vigilância epidemiológica no período pós-PCV10. Nos adultos observamos um aumento em relação à resistência antimicrobiana. Além do impacto da vacina, devem ser considerados outros fatores, como a pressão seletiva aos antibióticos e o fenômeno de ¨switch capsular¨. Estudos de biologia molecular serão realizados para um melhor entendimento da epidemiologia molecular e do impacto da PCV10 na população de Spn 19A no Brasil.