27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:971-2


Poster (Painel)
971-2AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO DE BIOFILME POR ISOLADOS CLÍNICOS DE Candida spp. ORIUNDOS DA CAVIDADE BUCAL DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS.
Autores:Souza, L.B.F.C. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Ferreira, M.R.A. (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Soares, L.A.L. (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco) ; Svidzinski, T.I.E. (UEM - Universidade Estadual de Maringá) ; Milan, E.P. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Chaves, G.M. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Resumo

A candidíase bucal é uma infecção oportunista observada com frequência em pacientes transplantados renais, os quais são mantidos sob terapia imunossupressora. A transição de comensalismo para infecção está relacionada com a expressão dos fatores de virulência de Candida spp., dentre eles, a formação de biofilme. Os biofilmes são estruturas de micro-organismos aderidos a superfícies bióticas ou abióticas, embebidas em uma matriz de substância polimérica extracelular, e são difícil eliminação, atuando como fontes de infecção. Tendo em vista que os fatores de virulência de Candida spp. isoladas da cavidade oral de pacientes transplantados renais ainda não foram bem caracterizados, este trabalho objetivou avaliar a formação de biofilme por isolados clínicos de Candida spp. oriundos da cavidade oral de pacientes transplantados renais. Para o ensaio de formação de biofilme, alíquotas de 100µL de suspensão padronizada (107células de Candida spp./ml) foram transferidos para microplacas de poliestireno e incubados durante 1,5 h a 37ºC, 75 rpm. Após a fase de adesão, os poços foram lavados duas vezes com 150 µL de PBS para a remoção de células de Candida não aderidas. Um total de 100 µL de meio YNB (Yeast Nitrogen Base) + 50 mM de glicose foi adicionado em cada poço e incubou-se a 37ºC em um agitador a 75 rpm por 66 horas. O biofilme foi quantificado através de coloração pelo cristal violeta, medindo-se a D.O. 570nm. Todas as espécies de Candida analisadas foram capazes de produzir biofilme. Entretanto, as cepas de C. tropicalis apresentaram a maior média de produção de biofilme (1,04 ± 0,09), destacando-se duas cepas altamente produtoras de biofilme (média de 1,82 ± 0,21); enquanto as cepas de Candida glabrata e Candida dubliniensis apresentaram baixa produção de biofilme (média de 0,02 ± 0,01). A média de formação de biofilme apresentada pelas cepas de Candida albicans e do complexo C. parapsilosis foi de 0,05 ± 0,01 e 0,12 ± 0,04, respectivamente, sendo estas últimas as segundas melhores produtoras de biofilme. Comparando-se a capacidade de formação de biofilme entre as espécies avaliadas, apenas se observou diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) entre C. albicans e complexo C. parapsilosis, bem como entre C. dubliniensis em relação às cepas do complexo C. parapsilosis e de C. albicans. As cepas das espécies de Candida não-C. albicans foram capazes de produzir biofilme, em sua maioria em níveis maiores ou iguais as cepas de C. albicans.