Resumo

O reservatório da usina hidrelétrica de Tucuruí tem sido considerado uma fonte de metano por diversos estudos, e estes resultados questionam a política energética brasileira que planeja muitas outras usinas como esta na região amazônica. Neste estudo, nós utilizamos a plataforma de sequenciamento de nova geração Ion Torrent Personal Genome Machine utilizando uma biblioteca de barcodes para investigar a diversidade bacteriana ao longo de uma coluna d’água de 70 metros de profundidade nas proximidades da barragem, sendo amostrado um litro de água a cada 10 metros a partir da superfície. Foram geradas 433,014 leituras, que representaram mais de XX Mpb de informação genética. Nas análises de alfa diversidade revelaram 3,214, 6660, 10,171, 4,209, 10,533, 74, 24,345 e 64,683 unidades taxonômicas operacionais (UTOs) nas profundidades 0, 10, 20, 30, 40, 50, 60 e 70 metros respectivamente. O índice de diversidade de Shannon apresentou os valores de 7,915, 8,568, 8,952, 8,156, 9,035, 4,249, 9,723 e 10,616 nas camadas 0, 10, 20, 30, 40, 50, 60 e 70 metros respectivamente. Nas análises de inferência taxonômica, os filos mais abundantes identificados foram Bacteroidetes, Cyanobacteria e Proteobacteria, mas também puderam ser observados SR1, Verrucomicrobia, Acidobacteria, Actinobacteria, Firmicutes, Fusobacteria, Gemmatimonadetes, Nitrospira e Planctomycetes. A diversidade das comunidades microbianas parece aumentar com a profundidade e houve grande abundância de bactérias metanotróficas do tipo I e II nas camadas intermediárias e mais profundas, o que mostra que há um grande consumo por parte destas comunidades. Diferentemente de outros pontos do reservatório, este ponto parece ter oxigênio inclusive nas camadas mais profundas, favorecendo o consumo do metano que permanece dissolvido nas camadas mais fundas. A comunidade bacteriana da coluna d’água deste ponto do reservatório da UHE Tucuruí é composta majoritariamente por bactérias cuja função ainda não está clara por não terem sido classificadas. Das bactérias classificadas a algum táxon, muitas parecem envolvidas na degradação de matéria orgânica, além da produção e consumo de gases como oxigênio e principalmente o metano.