27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:959-1


Poster (Painel)
959-1Estudo sobre a ecologia e origem da virulência de Paracoccidioides brasiliensis - caracterização de sua interação com amebas
Autores:Magnabosco, D.A.G. (UNB - Universidade de Brasilia) ; Derengowski, L. S. (UNB - Universidade de Brasilia) ; Nicola A. M. (UNB - Universidade de Brasilia) ; Albuquerque, P. (UNB - Universidade de Brasilia) ; Silva-Pereira, I. (UNB - Universidade de Brasilia)

Resumo

Paracoccidioides brasiliensis é um parasita intracelular facultativo que apresenta-se sob a forma de micélio à temperatura ambiente e se diferencia para forma de levedura quando submetido à temperatura de 37°C ou durante a invasão aos tecidos de hospedeiros. P. brasiliensis, não necessita do hospedeiro mamífero para completar seu ciclo biológico. Apesar disso, o fungo é capaz de sobreviver e se replicar nos tecidos do hospedeiro com o estabelecimento da doença. Em face deste paradoxo, questiona-se porque tais estratégias de sobrevivência se originaram e foram mantidas pela evolução nesse organismo. A hipótese proposta para vários fungos patogênicos é que fatores de virulência possam ter se desenvolvido como uma resposta à interação com predadores presentes no ambiente. Tais estudos utilizaram a ameba de solo Acanthamoeba castellanii, e mostraram quão expressivas são as similaridades nas estratégias fagocitárias de amebas e macrófagos. O objetivo geral desse projeto é analisar a interação entre P. brasiliensis e amebas, identificando os principais efeitos dessa interação na viabilidade dos organismos e na virulência desse fungo. Para o ensaio de fagocitose os organismos foram coincubados e a porcentagem de fagocitose foi definida em diferentes tempos de incubação. A mortalidade de A. castellanii na presença de PB18 foi definida com a coincubação dos microorganismos em diferentes tempos e a viabilidade avaliada pelo uso do corante vital azul de tripan. Para microscopia confocal, a ameba foi corada com DiD-DS, enquanto o fungo foi corado com CMFDA. As células foram coincubadas por duas horas e coradas com Uvitex e então visualizadas em microscópio confocal. Avaliando a interação entre P. brasiliensis e A. castellanii podemos constatar que a ameba é capaz de internalizar células do fungo. Uma curva de fagocitose nos mostra que a porcentagem de amebas com fungos internalizados aumenta até 2 h após o início da coincubação e se mantem até 6 h. Analisando resultados prévios da mortalidade de A. castellanii e P. brasiliensis quando coincubados por 24h observamos que a ameba é capaz de sobreviver e eliminar o fungo. Porém acreditamos que o fungo possa aumentar sua virulência quando recuperado após a coincubação com ameba, o que corrobora com resultados de testes similares feitos em macrófagos.