27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:951-1


Poster (Painel)
951-1Análise da formação de biofilme de Bacteroides fragilis utilizando microscopia óptica
Autores:Costa, C.L. (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Silva, J.O. (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Reis, A.C.M. (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Carvalho, C.B.M. (UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ)

Resumo

Biofilmes são comunidades sésseis, de uma ou mais espécies microbianas, caracterizadas por apresentarem um elevado grau de organização e se desenvolverem em uma superfície biótica ou abiótica. As espécies que fazem parte do biofilme apresentam-se envoltas por uma matriz exopolissacarídica, ou de substâncias poliméricas extracelulares (EPS), sintetizadas pelas mesmas. A matriz apresenta uma composição complexa e possui grande importância, visto que determina a estrutura e a integridade funcional do biofilme microbiano. Além do mais, age como barreira defensiva auxiliando a célula a resistir a condições de estresse, a presença de antimicrobianos e outros agentes. Várias bactérias são capazes de produzir biofilmes. Bacteroides fragilis é a principal bactéria anaeróbia Gram negativa não esporulada que pode formar biofilmes e uma das mais frequentemente encontradas no trato intestinal de animais e do homem. Através de técnicas microscópicas, tem sido possível observar a grande heterogeneidade espacial dos biofilmes. O objetivo deste estudo foi visualizar a formação de biofilme in vitro através da análise do mesmo em vários tempos utilizando uma cepa de Bacteroides fragilis isolada da microbiota intestinal de cão. Para a coloração do biofilme foi utilizado cloreto de cetilpiridínio, solução de vermelho Congo e solução de carbol fucsina e os tempos observados foram de 4h, 8h, 24h e 48h. A visualização foi realizada utilizando microscopia óptica. Após 4 horas de incubação foram observadas bactérias aderidas à superfície da lamínula. Às 8 horas foi possível visualizar formação de biofilme com a presença das primeiras células bacterianas agrupadas envoltas de uma matriz (EPS). Às 24 horas já foi possível observar o biofilme maduro, com a presença de um denso aglomerado de bactérias e às 48 horas foi visualizado o biofilme maduro com imagens sugestivas da presença de canais de interligação em várias regiões do biofilme, que são formados pelo aumento do EPS e do número de bactérias, que coalescem e formam esses canais para transporte de nutrientes e água. O uso da microscopia óptica com suas vantagens técnicas e de custo vem se somar às demais como mais um importante instrumento que pode ser utilizado para avaliar o início e as etapas de desenvolvimento de um biofilme.