27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:949-1


Poster (Painel)
949-1AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA A VANCOMICINA E TIGECICLINA EM CEPAS DE CLOSTRIDIUM DIFFICILE
Autores:Secco, D.A. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Boente, R.F. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroGLAVAHCS - GLAVAHCS, Los Angeles, California) ; Pauer, H. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Moraes, S.R. (HFAG - Hospital da Força Aérea do Galeão) ; Santos-Filho, J. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Domingues, R.M.C.P. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Clostridium difficile é um bacilo Gram-positivo, anaeróbio estrito, formador de esporos e frequentemente associado com infecção nosocomial. A aquisição desse microrganismo ocorre primariamente no ambiente hospitalar, na sua forma esporulada, e o estabelecimento e multiplicação no cólon resultam da supressão de membros da microbiota anfibiôntica durante ou após a antibioticoterapia. As drogas comumente utilizadas no tratamento da infecção por Clostridium difficile (CDI) são o metronidazol e a vancomicina. Apesar da resistência a essas duas drogas ser rara, falhas terapêuticas são recorrentes. A tigeciclina, uma nova glicilclicina com amplo espectro de ação, tem sido sugerida como uma droga potencialmente substituta à terapia clássica. O objetivo do presente trabalho foi analisar a susceptibilidade à tigeciclina e vancomicina de cepas de C. difficile isoladas entre os anos 2000 e 2010 na cidade do Rio de Janeiro. Foi realizado E-test® para determinação da concentração inibitória mínima (CIM) para vancomicina e tigeciclina em 23 cepas de C. difficile pertencentes a 14 ribotipos diferentes. Para a vancomicina, a qual não possui “breakpoint” definido, foi considerada a concentração ≥ 8 mg/L, utilizada por outros autores. Como esperado, nenhuma das 23 cepas apresentou resistência à vancomicina, porém 6 cepas mostraram uma susceptibilidade reduzida a esse antimicrobiano. Apesar de a tigeciclina também não apresentar um “breakpoint” bem definido, essa droga apresentou uma excelente atividade in vitro frente às 23 cepas testadas. A CIM para Tigeciclina variou entre ≤ 0,125 e 2,0 mg/L, sendo que alguns trabalhos propõe a concentração ≥ 8 mg/L como “breakpoint”. A boa atividade da tigeciclina contra algumas cepas de Clostridium difficile isoladas no Brasil, inclusive cepas consideradas exclusivas do nosso país, sugere que essa droga possa vir a ser usada como complemento ou até mesmo substitua a terapia clássica feita com vancomicina e metronidazol. Apoio Financeiro: CAPES, CNPq, FAPERJ, PRONEX-FAPERJ