27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:944-1


Poster (Painel)
944-1AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE INFECÇÕES INTRA-ABDOMINAIS, COM ÊNFASE EM ANAERÓBIOS.
Autores:FERREIRA, J.F.G. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Paula, C.F. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; LIMA, S.D. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; SILVA, R.A.S. (UFMG - Universidade Federal de Minas GeraisCEU - Centro Especializado em Ultrassonografia) ; Neto, J.B.R. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; FARIAS, L.M. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; CARVALHO, M.A.R.C (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; SERUFO, J.C. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; SANTOS, S.G. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo

As infecções intra-abdominais (IIA) compreendem um conjunto diverso de doenças cujas complicações levam a altas taxas de morbidade e mortalidade, especialmente nas unidades de terapia intensiva. Esses processos são frequentemente polimicrobianos, envolvendo aeróbios e anaeróbios. No entanto, um preciso diagnóstico microbiológico não é usualmente atingido. O objetivo deste estudo foi investigar a prevalência e o perfil de susceptibilidade a antimicrobianos de microrganismos recuperados de pacientes com IIA, em Belo Horizonte/MG. Foram analisadas 51 amostras de pacientes atendidos em quatro instituições de saúde, entre março de 2011 e setembro de 2012. Destes, 56,9% (29/51) relataram alguma doença ou procedimento cirúrgico prévio e 66,7% (34/51) dos pacientes já usavam algum antimicrobiano. Os microrganismos foram identificados pelo Vitek 2 Biomeriéux e os anaeróbios Gram negativos foram, ainda, submetidos à reação em cadeia da polimerase (PCR), em caráter confirmatório. A concentração inibitória mínima foi determinada pelo método de diluição em ágar para anaeróbios e pelo Vitek para os facultativos. A produção de &beta-Lactamases (ESBL) foi avaliada utilizando-se discos de cefinase. Foram isolados 85 microrganismos de 33 pacientes, apesar do uso prévio de antimicrobianos por 63,6% (21/33) destes. Bactérias anaeróbias estavam presentes em 39,4% (13/33) dos espécimes positivos, com predomínio de Bacteroides do grupo B. fragilis. A identificação fenotípica foi confirmada pela PCR para 11 (91,7%) das 12 amostras de anaeróbios deste estudo, permanecendo ainda uma em fase de teste. Foram resistentes à penicilina 76,7% dos anaeróbios, dos quais 92,3% ESBL positivos; 23,5% resistentes à clindamicina e 11,8% à cefoxitina. Metade das enterobactérias foi resistente a cinco ou mais antimicrobianos de diferentes classes, e 75,0% das amostras de A. baumannii eram resistentes ao meropenem. Observou-se 81,8% dos Staphylococcus spp. resistentes à meticilina, e todos os Enterococcus ssp. à clindamicina, sendo uma amostra de E. faecium resistente também à vancomicina. Este trabalho, além de contribuir para adequação da terapêutica, gera dados para programas de controle de infecção tendo em vista a alta incidência de IIA e a alarmante epidemia da resistência bacteriana.