27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:937-1


Poster (Painel)
937-1SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS DE Escherichia coli O26 ISOLADAS EM ABATEDOURO BOVINO
Autores:Nespolo, N.M. (FCAV/UNESP - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP) ; SABA, R.Z. (FCAV/UNESP - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP) ; Rossatelli, D.A. (FCAV/UNESP - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP) ; Rossi Júnior, O.D. (FCAV/UNESP - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP)

Resumo

E. coli O26, que pertence ao sorogrupo das E. coli não-O157, é considerada emergente e um problema para a saúde pública, pois tem sido associada a doenças severas em humanos como a Síndrome Hemolítica Urêmica (HUS) e a Colite Hemorrágica (HC). Sua principal via de transmissão é o consumo da carne, principalmente mal cozida, contaminada por fezes dos bovinos durante as etapas do abate. O aumento e a disseminação da resistência bacteriana tem sido documentada como um problema mundialmente conhecido, causando preocupação em relação a eficácia nos tratamentos das doenças. A pressão de seleção de antibióticos é favorecida pela falta de informações de como os animais contribuem para a resistência de cepas de E. coli que causam doença em humanos, já que os mesmos antibióticos são usados para tratar animais e humanos, e também como promotores de crescimento na pecuária. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi verificar a susceptibilidade a antimicrobianos de cepas de E coli O26 isoladas em diversos pontos do abate bovino. A bactéria foi isolada utilizando o ágar CT-SMAC e colônias sugestivas foram submetidas à PCR para a confimação do sorotipo O26 e identificação dos genes eae, stx1 e stx2. O teste de susceptibilidade a antimicrobianos foi realizado utilizando 15 antimicrobianos. Foram isoladas 279 colônias, sendo 17 (6,10%) confirmadas por meio da PCR como E. coli O26, entre elas, 94,12% foram EPEC O26 pela presença do gene eae e 5,88% STEC O26 pela presença do gene stx1. Dos isolados caracterizados como EPEC, 47,06% eram originários de amostras de pele, 35,29% de água residuária da lavagem de carcaças, 5,88% da superfície externa das carcaças e 5,88% de facas, e os STEC foram todos encontrados em facas. Todas as E. coli O26 mostraram-se sensíveis à cefoxitina (30 µg), cefepime (30 µg) e sulfazotrim (25 µg); 82,35% à ciprofloxacina (5 µg) e cloranfenicol (30 µg); 47,06% ao aztreonam (30 µg), amicacina (30 µg) e gentamicina (10 µg); 35,29% à piperacilina/tazobactam (110 µg) e ceftriaxona (30 µg); 23,53% à ceftadizima (30 µg); 11,76% à amoxicilina/ácido clavulânico (30 µg) e 5,88% à tetraciclina (30 µg). A resistência foi verificada em 88,23% dos isolados para tetraciclina (30 µg) e cefalotina (30 µg); 82,35% para ampicilina (10 µg); 17,65% para aztreonam (30 µg), ceftadizima (30 µg), piperacilina/tazobactam (110 µg) e amicacina (30 µg), e 11,76% para gentamicina (10 µg) e amoxicilina/ácido clavulânico (30 µg). A multirresistência aos antimicrobianos foi observada em 94,12% isolados, sendo resistentes a dois, três, quatro, cinco e seis antimicrobianos. Apesar da susceptibilidade à maioria dos antimicrobianos testados, houve alta porcentagem de multirresistência, mostrando que eles devem ser usados criteriosamente para evitar a multirresistência em tratamentos futuros.