Resumo

No Brasil, estudos têm demonstrado a presença de Vibrio spp. e Aeromonas spp. em ecossistema marinho, apresentando-se como contaminantes em lesões cutâneas de pescadores e em alimentos de origem marinha (pescado), caracterizando seu envolvimento em casos de Doenças de Transmissão Alimentar (DTA), afetando negativamente o nicho ecológico ocasionando em sérias implicações a saúde. Tendo como objetivo de estudo o monitoramento microbiológico das famílias Vibrionaceae e Aeromonadaceae isolados a partir de lesões de aves e mamíferos marinhos capturados acidentalmente por redes de pesca e/ou encalhados em bancos de areia nas regiões litorâneas do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, e suas possíveis consequências para o meio ambiente. Foi feita coleta de amostras com swabs das lesões dos mamíferos e aves marinhas encontradas, na qual foram identificadas 200 cepas entre amostras coletadas de mamíferos e aves capturados. O material foi coletado das lesões localizadas em diversas regiões do corpo, com swabs no qual foram conservados em meio próprio pra transporte de cultura Cary & Blair, foram semeadas em água peptonada alcalina a 1% de cloreto de sódio (NaCl) para enriquecimento e incubadas a uma temperatura de 37oC por 18 a 24 horas. Após este período cada amostra passa pelo primeiro processo de semeadura em meios seletivos; Agar TCBS (Tiossulfato Citrato Bile Sacarose - Oxoid) e Agar GSP (Agar Pseudomonas-Aeromonas), incubando em 37oC por 24 horas. Em sequência, observando colônias suspeitas em cada um dos meios de cultura utilizados (5 a 10) foram repicadas para meios de triagem (Kligler Iron Agar e Lysine Iron Agar) e Agar nutriente de 1% NaCl. Após a seleção das cepas citocromo-oxidade positivas serão realizados testes bioquímicos, baseados na resistência ao agente vibriostático O/129 (2,4 diamino-6, 7 diisopril-pteridina), produção de ONPG (α nitrofenil-β-D galactosidase), produção de acetoína em meio Voges-Proskauer, fermentação de açúcares e aminoácidos (lisina e ornitina descarboxilase e arginina dehidrolase) a fim de obter a identificação conclusiva das cepas isoladas. Sendo que 39,46% pertencentes ao gênero Vibrio spp., 18,11% ao gênero Aeromonas spp. e 42,43% negativo para ambas. Entre as espécies de Vibrios, isoladas a partir de aves marinhas, a maior frequência foi de V. harveyi com 14,5%, seguido pelo V.mimicus 13,1%, V. fluviallis 11,1%, V. alginolyticus 10,4% e V. alginolyticus 9,72%. Entre as espécies de Aeromonas potencialmente patogênicas para o homem isoladas de amostras de aves e mamíferos marinhos a maior frequência foi de Aeromonas spp. com 53,6%, A. caviae com 23,2% seguido de A. hydrophila com 8.7%. Mediante os resultados, conclui-se que por haver incidências de contaminação de patógenos ao ser humano por contato direto ou indireto é indispensável as análises microbiológicas de controle do ambientes.