27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:924-1


Poster (Painel)
924-1PRESENÇA DA TOXINA TpeL EM Clostridium perfringens DE AMOSTRAS FECAIS NÃO DIARREICAS DE CRIANÇAS DA CIDADE DE SÃO PAULO, BRASIL
Autores:Ignacio, A (ICB-USP - Instituto de Ciência Biomédicas da USP) ; Fernandes, M.R. (ICB-USP - Instituto de Ciência Biomédicas da USP) ; PIAZZA, R. M. F (IBU - Instituto Butantan) ; CARDOSO, A. L. (ICR-FMUSP - Instituto da Criança Hospital das Clinicas FMUSP) ; Avila-Campos, M.J. (ICB-USP - Instituto de Ciência Biomédicas da USP) ; Nakano, V. (ICB-USP - Instituto de Ciência Biomédicas da USP)

Resumo

Classificado comumente em cinco toxinotipos (A, B, C D e E) de acordo com a presença do gene da toxina alfa e dos genes de três outras toxinas principais (beta, epsilon e iota), C. perfringens ainda é capaz de carrear genes para a síntese de diversas toxinas, como CPE, β2, NetB, μ, k, entre outras. Recentemente, a toxina TpeL (Toxin C. perfringenslarge cytotoxin) foi descrita em clostrídios tipo C isolados de suíno, apresentando efeito tóxico em células Vero. A presença do gene tpeL já foi demonstrada em isolados tipo B de cordeiro e tipo A de frangos e bovinos, não havendo nenhum relato da presença deste gene em isolados de humanos. Sendo assim, os objetivos deste trabalho foram verificar a presença do gene tpeL em isolados de fezes não diarréicas de crianças e a citotoxicidade dessa toxina em cultura celular. Seis isolados de C. perfringens tipo A foram cultivados em caldo BHI, em anaerobiose, durante 48 hs. As culturas foram centrifugadas e os sobrenadantes aliquotados e estocados a -30 C. Do sedimento extraiu-se o DNA genômico pelo método fenol-clorofórmio. A detecção do gene tpeL foi realizada por PCR convencional. Os produtos de PCR foram purificados e sequenciados. Verificou-se homologia de 99% com a base do BLAST para todos os seis isolados. O teste citotóxico foi realizado em células Vero com os sobrenadantes das respectivas amostras, em duplicata e repetido duas vezes independentemente. O efeito citotóxico foi observado e fotografado em 24, 48 e 72 hs. O estiramento das células, característico produzido pela toxina TpeL, foi verificado a partir de 24 hs de incubação em três dos seis sobrenadantes avaliados. Uma vez que tais isolados foram obtidos de amostras de fezes de indivíduos saudáveis e que a presença do gene tpeL foi primeiramente associado a quadros de enterites em animais, os resultados deste trabalho pode sugerir que a expressão da toxina deve ocorrer em níveis não deletérios ou que o gene pode estar presente na forma silenciosa. Deste modo, outros estudos devem ser realizados para verificar a expressão e síntese de TpeL entre a população. Apoio Financeiro: FAPESP – Proc. Nº 12/10659-7. E-mail: aline.ignacio@usp.br; mariojac@usp.br, vivinkn@usp.br