27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:920-1


Poster (Painel)
920-1Toxicidade aguda do agrotóxico atrazina aos protozoários Blepharisma undulans americanus e Paramecium caudatum
Autores:MANSANO, A.S. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; PIEROZZI, M. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; MOREIRA, R.A. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; VACONDIO, B. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; JAVAROTI, D.C.D. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; REGALI-SELEGHIM, M.H. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos)

Resumo

Nas últimas décadas a contaminação de origem antrópica dos ecossistemas aquáticos tem aumentado sucessivamente e, em conseqüência, agrotóxicos são freqüentemente detectados nos ambientes aquáticos. A concentração crescente destes compostos em ecossistemas aquáticos tem despertado cada vez mais interesse, tanto pelo aumento em quantidade e variedade, quanto pela toxicidade que pode provocar nos organismos aquáticos não-alvo, gerando assim a necessidade da avaliação dos seus efeitos nestes ecossistemas. A utilização de protozoários ciliados em testes de toxicidade tem muitas vantagens, como a seu rápido tempo de geração e sensibilidade a tóxicos, bem como a fácil manutenção de culturas em laboratório. O presente estudo teve como objetivo avaliar e comparar a toxicidade aguda do herbicida Atrazina Atanor 50 SC sobre as espécies de protozoários Blepharisma undulans americanus e Paramecium caudatum. Para isso foram realizados testes de toxicidade aguda com concentrações nominais (1,5; 4,5; 13,5; 40,5 e 121,5 mg L-1) do herbicida. O ensaio foi realizado em vidros de relógio e três repetições foram estabelecidas tanto para o controle como para cada concentração de atrazina testada. O teste foi mantido a 25 ± 2 °C e o programa estatístico Trimmed Spearman-Karber foi utilizado para estimar a concentração letal mediana (CL50). Para o protozoário Blepharisma undulans americanus, os valores de CL50 6-h, CL50 12-h e CL50 24-h foram de 80,66 mg L-1, 70,89 mg L-1 e 57,16 mg L-1, respectivamente. Além disso, efeitos como deformações no formato corporal da B. undulans americanus foram observados a partir de 40,5 mg L-1 de atrazina. Para Paramecium caudatum, os valores de CL50 6, 12 e 24 h não foram possíveis de calcular, pois mesmo na maior concentração testada (121,5 mg L-1) nenhum organismo morreu durante o teste. Os resultados obtidos mostraram que a espécie Blepharisma undulans americanus foi mais sensível ao agrotóxico atrazina do que a espécie Paramecium caudatum. Considerando-se estes resultados, sugere-se que o protozoário B. undulans americanus pode ser um importante organismo-teste em ensaios de toxicidade, sendo útil para o monitoramento de substâncias tóxicas em águas doces.