Resumo

As infecções fúngicas, de origem hospitalar, passaram a ser de grande importância nos últimos anos, pelo seu aumento progressivo e pelas elevadas taxas de morbidade e mortalidade. As leveduras do gênero Candida são patógenos em destaque nestas infecções, principalmente em pacientes imunocomprometidos. Devido à importância das doenças fúngicas oportunistas, a carência de estudos de sensibilidade in vitro relacionados às espécies de Candida spp. no estado de Alagoas, bem como os fatores de virulência implicados a espécie e os limitados conhecimentos para adequada utilização de terapia associada, a presente pesquisa tem por objetivo avaliar o perfil de susceptibilidade antifúngica e enzimotipagem em espécies de Candida isoladas de ambiente hospitalar.Foram analisados dez isolados de Candida sp. obtidos dos ambientes da UTI neonatal de um hospital público de Maceió, AL. As amostras foram reativadas em caldo glicosado e identificadas através da técnica de PCR (polymerase chain reaction), utilizando-se iniciadores espécie-específicos para C. albicans, C. parapsilosis, C. tropicalis, C. guilliermondii e C. krusei. Foram realizados testes de susceptibilidade in vitro frente às drogas antifúngicas anfotericina B e fluconazol utilizando a técnica de difusão em ágar. Altas taxas de susceptibilidade ao fluconazol foram observadas, representando 80% para C. albicans, 60% para C. guilliermondii e 42,9% para C. parapsilosis. Já para anfotericina B, não houve espécies resistentes. C. albicans quando analisada nas diversas concentrações apresentou 40% de cepas consideradas susceptível dose dependente. Houve também alta concentração de CIM, principalmente para o fluconazol na espécie de C. albicans, sendo necessária concentração acima de 700 microg/mL para inibir 90% das espécies. Esses resultados nos permitem concluir que a droga antifúngica anfotericina B apresentou maior percentual de inibição nas espécies estudadas, sendo considerada importante por apresentar ação efetiva quando as cepas apresentam resistência ao fluconazol. Vale ressaltar que uma verificação mais detalhada deve ser realizada visto que as espécies resistentes nesse estudo foram isoladas do ar de um ambiente propício para o desenvolvimento de infecções hospitalares.