Resumo

As formigas estão entre os principais organismos invasores que causam grandes prejuízos para o homem e o meio ambiente. Elas são capazes de infestar várias áreas de um hospital, desde a farmácia a alas de mais alta complexidade como centros cirúrgicos e UTI. Sua anatomia e fácil locomoção facilitam à agregação de microrganismos patógenos a seu exoesqueleto, fazendo com que se tornem um grande perigo a saúde de pacientes imunocomprometidos. O objetivo desta pesquisa foi isolar os fungos do exoesqueleto de formigas provenientes de um hospital de Maceió, AL. Foram coletadas no total, 35 formigas dos setores da UTI neonatal, UTI Geral e Centro Cirúrgico a partir de iscas compostas por mel de abelha esterilizado. As formigas capturadas foram transferidas para tubos de ensaio contendo caldo BHI e foram incubadas a 37ºC por 48h. Posteriormente, para o isolamento fúngico foi retirada uma alíquota do caldo BHI com o auxílio de uma alça de platina e realizada semeaduras através da técnica de esgotamento em placas de Petri contendo ágar Sabouraud com antibiótico e mantido em temperatura ambiente por um período de até dez dias. A identificação dos fungos foi baseada na associação das características macroscópicas com os aspectos microscópicos da cultura. Foram isoladas no total 936 UFC sendo divididas em 593 (63,4%) UFC obtidas do exoesqueleto das formigas provenientes da UTI neonatal, 281 ( 30,5%) UFC da UTI adulta e 57 (6,1%)UFC do centro cirúrgico. Entre os fungos isolados, os mais freqüentes foram Aspergillus niger com 342 (36,5%) UFC e Rhizopus sp. com 207 (22,1%) UFC. Pode-se concluir que as formigas são carreadoras de fungos com potencial patogênico para os pacientes imunocomprometidos e que devido ao quadro clínico dos mesmos estão sujeitos a graves infecções oportunistas causadas por esses fungos.