27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:906-1


Poster (Painel)
906-1Utilização de nanobiomateriais e compostos orgânicos para a prevenção da formação de biofilmes sobre membranas de álcool polivinílico (PVA)
Autores:ARAUJO, A.C.V. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; ALMEIDA, FP (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; FOX, E.G.P. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; MACHADO, E.A. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; LINS, U. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Membranas de álcool polivinílico são amplamente empregadas em processos industriais, especialmente para filtração de efluentes e separação de misturas óleo-água. A vida útil dessas membranas é principalmente reduzida devido à formação de biofilmes bacterianos que acabam por impedir a passagem do filtrado. No entanto, o preparo das membranas de PVA permite sua combinação com substâncias que possam diminuir a adesão bacteriana sobre sua superfície. Neste trabalho propusemos o tratamento das membranas com dois compostos de origem biológica: solenopsina e magnetossomos. A solenopsina, um alcaloide encontrado no veneno de formigas lava-pés, tem atividade antimicrobiana conhecida. Já os magnetossomos empregados são cristais de magnetita envoltos por uma membrana biológica, produzidos por bactérias magnetotáticas. Apesar dos magnetossomos não possuírem atividade antimicrobiana, sua interação com as superfícies pode dificultar a adesão de bactérias. Os compostos foram, separadamente, misturados à solução de PVA antes da polimerização. Também se testou condicionar as membranas por 24 h com uma solução de solenopsina ou suspensão dos magnetossomos. Empregamos nos testes dois micro-organismos modelo para a formação de biofilmes, Pseudomonas putida (ATCC12633) e Bacillus pumilus cepa LF4. Após 2 h de contato entre os micro-organismos e as membranas em meio LB, essas foram fixadas, coradas com DAPI e observadas em microscopia de fluorescência. Trinta campos aleatórios de cada ensaio foram fotografados e a superfície coberta de cada campo foi estimada utilizando-se os softwares ImageJ e DAIME. O emprego da solenopsina levou a uma redução de aproximadamente 50% da área coberta das membranas por P. putida, e 60% da área coberta por B. pumilus. Já o emprego dos magnetossomos levou a uma redução de 60% da cobertura por P. putida, mas não observamos diferenças significativas quanto à cobertura por B. pumilus. Os resultados comprovam a possibilidade de se utilizar os compostos junto às membranas plásticas, diminuindo a susceptibilidade dessas à formação de biofilmes. Futuros testes com comunidades microbianas complexas, como efluentes de tratamento são necessários para determinar a aplicabilidade desse tratamento.