27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:902-1


Poster (Painel)
902-1Caracterização do mecanismo enzimático da di-adenilato ciclase (DacA) de Staphylococcus aureus super-resistente a meticilina (MRSA)
Autores:Mesquita, N.C.M.R.; (USP - Universidade de São Paulo) ; Navarro, M.V.S.A (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo

O Staphylococcus aureus é uma bactéria gram-positiva e um importante patógeno humano muito estudado nos últimos anos. Dentre suas principais características estudadas encontram-se as proteínas e polímeros constituintes da parede celular, os quais são essenciais para sua adesão, colonização e durante o processo de infecção. O LTA é um destes polímeros e sua presença na parede celular é essencial para o crescimento bacteriano e sua divisão celular normal. Todavia, em estudo realizado por Corrigan et al (2011), foi identificado cepas de S. aureus que são incapazes de produzir tal polímero, porém, são capazes de crescer e se dividir normalmente. Ainda neste mesmo estudo, após um sequenciamento completo do genoma destas cepas foi descoberta uma mutação em um gene que codifica uma proteína denominada SA_GdpP, a qual é uma fosfodiesterase, e como consequência desta mutação observou-se um aumento do nível intracelular de um dinucleotídeos: o c-di-AMP – o qual por analogia ao c-di-GMP e de acordo com estudos recentes, pode atuar como segundo mensageiro celular regulando diversas atividades intracelulares. Além deste resultado, Corrigan et al (2011) mostrou que essas cepas de S. aureus possuem uma di-adenilato ciclase ativa (SA_DacA), a qual juntamente com a SA_GdpP é responsável por manter o controle do nível intracelular de c-di-AMP dentro da célula. O presente trabalho visou caracterizar cristalograficamente e biofisicamente a SA_DacA da cepa N315, a qual possui como característica primordial a super-resistência a antibióticos β-lactâmicos, além do mecanismo de ação enzimática da mesma. Resultados iniciais levaram à purificação em larga escala de uma construção de Sa_DacA e obtenção de cristais proteicos, os quais possibilitaram a determinação de sua estrutura. A enzima mostrou-se ativa em ensaios enzimáticos. Juntamente a tal técnica de cristalização de raios X, fizemos uso de caracterizações biofísicas e bioquímicas com a finalidade de se propor mecanismos de atividade para esta proteína. Os resultados gerados poderão fornecer uma base para criação de novas terapias contra a infecção de cepas super-resistentes de S. aureus.