27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:893-1


Prêmio
893-1Avaliação do número de sítios de fosforilação EPIYA da proteína CagA de Helicobacter pylori de pacientes chagásicos e não-chagásicos
Autores:Fonseca, F.M. (UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro) ; Sousa, J.B. (UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro) ; Rodrigues, A.L.B. (UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro) ; Queiroz, D.M.M. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Rocha, A.M.C. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Etchebehere, R.M. (UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro) ; Fonseca, D.N. (UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro) ; Junqueira, I.S. (UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro) ; Crema, E. (UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro) ; Oliveira, A.G. (UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro)

Resumo

A gravidade das lesões gástricas provocadas pela infecção por Helicobacter pylori (HP) é influenciada pela presença dos genes de virulência da bactéria, dentre os quais o gene cagA que codifica a proteína CagA. Recentemente foram descritos sítios de fosforilação na proteína CagA denominados EPIYA (Glu-Pro-lle-Tyr-Ala) A, B, C e D. O número aumentado do sítio EPIYA-C tem sido associado com fenômenos celulares que predispõem ao câncer gástrico. Apesar de ter sido relatada uma alta prevalência de infecção por HP em pacientes com doença de Chagas crônica, os fatores de virulência das amostras que infectam os chagásicos nunca foram avaliados. O objetivo desse estudo foi analisar o número de sequências EPIYA-C da proteína CagA em pacientes chagásicos e não-chagásicos H. pylori cagA+. A extração do DNA foi realizada a partir de fragmentos de mucosa gástrica utilizando um kit comercial. A presença do DNA do H. pylori foi detectada a partir da amplificação do gene 16S rRNA por PCR. As amostras de tecido H. pylori-positivas foram submetidas à detecção do gene cagA e posteriormente foi realizada a amplificação da região 3’ variável do gene cagA (que contém as sequências EPIYA). Foram incluídos 91 pacientes H. pylori cagA+ sendo que 32 (35,2%) eram chagásicos e 59 (64,8%) eram não-chagásicos. A média de idade dos pacientes chagásicos foi de 58,2 ± 10,1 anos, enquanto que a média de idade dos não-chagásicos foi de 46,1 ± 13,8 anos. O genótipo EPIYA-ABC foi o mais prevalente entre os chagásicos (16/32; 50%) e não-chagásicos (35/59; 59,3%) (p=0,12). Os pacientes cagA+ foram estratificados de acordo com o número de repetições do sítio EPIYA C nos subgrupos ≥2 e <2 EPIYA C. Foi detectado um maior número de amostras contendo ≥2 sítios EPIYA C no grupo de pacientes chagásicos (50%) do que no grupo de pacientes não-chagásicos (25%) (p=0,01). Os pacientes com gastrite também foram avaliados de acordo com o número de repetições do sítio EPIYA C, sendo que os chagásicos apresentaram maior número de repetições deste sítio quando comparados aos não-chagásicos (50% vs. 25,4%) (p=0,01). Em relação aos pacientes com metaplasia, somente os chagásicos (71%) apresentaram ≥2 EPIYA C (p=0,03). Nossos resultados demonstram que pacientes chagásicos estão infectados por amostras de H. pylori com maior número de repetições EPIYA C em relação aos não-chagásicos.