27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:883-1


Poster (Painel)
883-1A proteína Pic participa do processo de colonização intestinal por EPEC atípica em modelo animal
Autores:Abreu, A.G. (IBU - Instituto Butantan) ; Nunes, K.O. (IBU - Instituto Butantan) ; Navarro-Garcia, F. (CINVESTAV - Centro de Investigación y de Estudios Avanzados) ; Elias, W.P. (IBU - Instituto Butantan)

Resumo

Em um estudo realizado em nosso laboratório com o objetivo de analisar a prevalência de fatores de virulência de outros patótipos de Escherichia coli diarreiogênicas (DEC) em amostras de E. coli enteropatogênicas atípicas (aEPEC), foi encontrada uma amostra (BA589) portando o gene pic que codifica a protein involved in colonization (Pic). Pic é uma proteína autotransportadora que foi originalmente identificada em culturas de E. coli enteroagregativa (EAEC) e é conhecida por possuir atividade proteolítica sobre a mucina, podendo ter um papel importante na colonização da mucosa por EAEC. Desta forma, o objetivo deste estudo foi analisar a capacidade da amostra BA589 em colonizar camundongos tratados com estreptomicina, bem como avaliar o envolvimento da proteína Pic neste processo. Para tanto, doze camundongos BALB/c fêmeas com 12 semanas de idade foram utilizados no ensaio in vivo. Os camundongos foram tratados (48 h antes da inoculação e durante o experimento) com água ad libitum contendo 5 g/litro de estreptomicina e antes da infecção receberam oralmente 200 μL de solução de bicarbonato de sódio 0,4 M para neutralização do pH gástrico. Após 15 min, 200 μL do inóculo de BA589 (1x103 UFC/mL) foram administrados a seis camundongos por via oral. Os outros seis camundongos receberam 200 μL do inóculo da amostra BA589 curada (sem o plasmídeo que alberga pic) (1x103 UFC/mL). Fezes foram coletadas diariamente durante 15 dias após infecção. As mesmas foram pesadas, homogeneizadas em PBS estéril e diluições seriadas foram semeadas em ágar MacConkey contendo estreptomicina para determinação do número de UFC/g de fezes. Para confirmar a colonização foram realizadas PCRs para detecção do gene pic a partir das colônias obtidas. Desta forma, o modelo de colonização mostrou-se adequado para aEPEC, uma vez que todos os camundongos infectados por BA589 foram colonizados. O mesmo não foi observado com os camundongos infectados pela amostra BA589 curada, uma vez que metade destes não foi colonizada. Os resultados indicam que a proteína Pic da amostra BA589 pode estar relacionada com a colonização em modelo animal. Sendo assim, novos ensaios estão em andamento com a mutante BA589∆pic para que se confirme o envolvimento de Pic como um coadjuvante importante no estabelecimento da patogenicidade de EPEC atípica.