27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:882-2


Poster (Painel)
882-2Biorremediação de solo contaminado com diesel B5 e diesel B20 em biopilhas de bancada: avaliação do uso da serragem como material estruturante
Autores:Rodrigues, D.C.G.A. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de JaneiroUNIFOA - Centro Universitário de Volta Redonda) ; Teles, N.J.G. (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo

Uma vez que o petróleo é uma das principais fontes energéticas mundiais, esse trabalho visou estudar a biorremediação de dois latossolos artificialmente contaminados com diesel B5 e diesel B20 em biopilhas de bancada (350g). Para isso, avaliou-se a capacidade remediadora de micro-organismos isolados do solo de um posto de combustível localizado em Resende RJ. As amostras de solo foram contaminadas com 5% p/p do diesel B5 ou B20 e submetidas às seguintes condições: ajuste de umidade para 50% da capacidade de campo; ajuste nutricional C:N:P 100:10:1; aeração por revolvimento mecânico; serragem granulometria tyler 18 (SA) ou Tyler 14 (S2); controle sem adição de estruturante (BIOA); 10% p/p de inóculo. Os micro-organismos heterotróficos totais foram quantificados pela técnica pour plate e os hidrocarbonetos totais de petróleo HTP foram extraídos em Soxhlet (USEPA 3540C) e analisados por cromatografia GC-MSD (USEPA 8015). As amostragens em 2 repetições foram realizadas aos 0, 20, 42, 62 e 92 dias. Tanto para o diesel B20 quanto B5, a microbiota presente no solo sofreu um aumento de aproximadamente 5 x 108 UFC/g solo, no período de 20 dias para as biopilhas que continham o material estruturante e posterior queda contínua. As sem estruturante mantiveram-se constantes até os 60 dias e depois também sofreram queda. Aos 92 dias, todas encontraram-se por volta de 1 x 108 UFC/g solo. Em relação à biodegradação do contaminante, observou-se após 92 dias uma diminuição dos HTP de 93,3% BIOA-B5, 83,7% S1-B5 e 85,9% S2-B5; 92,2% BIOA-B20, 92,0% S1-B20 e 91,5% S2-B20. Ao contrário do que se esperava, o solo com serragem teve uma menor degradação do contaminante, quando comparado com a técnica de bioestímulo com bioaumento. Os resultados obtidos para o diesel B20 foram um pouco superiores, o que pode ser explicado pelo fato do biodiesel ser um surfactante, o que favoreceria a biodegradação do contaminante.