Resumo

A contaminação dos solos por hidrocarbonetos de petróleo tem crescido muito nos últimos anos, tornando-se um grave problema ambiental. Dentre as técnicas de remediação de solo empregadas atualmente, a biorremediação tem se destacado, principalmente por ser de baixo custo e poder ser empregada em larga escala. Este estudo teve por objetivo avaliar o uso de biorreatores em fase lama (BIOA) na biorremediação de solo, tipo latossolo, contaminado artificialmente com 5% de diesel B20. As condições utilizadas foram: ajuste nutricional do solo C:N:P de 100:10:1; relação solo:líquido 1:4; 10% de inóculo, extraído de solo de posto combustível e adaptado ao contaminante; incubação em agitador de bancada a 150 min-1 e 30C, por 63 dias. Como controle (CONT), utilizou-se a atenuação natural monitorada: solo contaminado e água destilada estéril, sem nutrientes e sem inoculação, sob as mesmas condições. Os micro-organismos heterotróficos totais foram quantificados pela técnica pour plate e os hidrocarbonetos totais de petróleo HTP foram extraídos em Soxhlet (USEPA 3540C) e analisados por cromatografia GC-MSD (USEPA 8015). Os resultados mostraram que houve um aumento dos micro-organismos até 33 dias, decrescendo até 63 dias tanto para o CONT como para BIOA. Esse resultado pode ser explicado pelo consumo dos nutrientes presentes. Comportamento semelhante foi observado para a degradação dos HTP, que praticamente não teve aumento significativo após 33 dias. Após 63 dias, a degradação dos HTP foi de 79,5% (CONT) e 94,8% (BIOA). O tratamento proposto (BIOA) para a degradação dos HTP, quando comparado ao controle, foi 16,1% melhor que a atenuação natural (CONT). Conclui-se que o tratamento de solos em biorreator fase lama promoveu a biodegradação dos HTP presentes no diesel B20 de forma satisfatória, em um curto período.