27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:874-2


Poster (Painel)
874-2Análise da micobiota presente em grãos de trigo provenientes de três regiões brasileiras: Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.
Autores:Tralamazza,S.M. (USP/ICB - Universidade de São Paulo/ Instituto de Ciências Biomédicas) ; Garcia, F.S. (USP/ICB - Universidade de São Paulo/ Instituto de Ciências Biomédicas) ; Reis, G. M. (USP/ICB - Universidade de São Paulo/ Instituto de Ciências Biomédicas) ; Rocha, L. O. (USP/ICB - Universidade de São Paulo/ Instituto de Ciências Biomédicas) ; Furlong, E. B. (FURG - Universidade Federal do Rio Grande/Química e Alimentos) ; Correa, B. (USP/ICB - Universidade de São Paulo/ Instituto de Ciências Biomédicas)

Resumo

O trigo é o segundo cereal mais cultivado no mundo, porém, pode ser acometido por doenças fúngicas que apodrecem os grãos. Fusarium graminearum e F. culmorum são as principais espécies causadoras de giberela, como também são potenciais produtores de tricotecenos, toxinas nocivas à saúde animal e humana. Devido à alta perda econômica gerada pela presença desses fungos no trigo, torna-se imprescindível estudarmos a diversidade fúngica nos grãos de trigo provenientes de regiões com produção significativa no país. Para o estudo foram utilizadas 50 amostras de grãos de trigo de cada região, Passo Fundo (RS), Nova Itacolomi (PR) e Campo Bonito (SP) totalizando 150 amostras. Os grãos foram incubados em meio Batata Dextrose Ágar em placa de Petri por 5 dias à 25°C. Após o período de cultivo, os fungos foram identificados em nível de gênero, pela técnica de microcultivo e os fungos não esporulados pela técnica de sequenciamento, utilizando oligonucleotídeos Internal Transcribed Spacer 1 (ITS1) e 4 (ITS4). Nossos resultados mostraram 100% de contaminação fúngica nos grãos. Entretanto houve diferenças nos perfis entre os Estados. No RS, os gêneros mais frequentes foram Alternaria (49,7%), Fusarium (42,8%), Epicoccum (8.2%) e Cladosporium (1.1%). No PR, Fusarium (39%), Epicoccum (36,4%),Drechslera (10%), Cladosporium (8.4%) e Alternaria (6.5%); Os gêneros Nigrospora e Microdochium apresentaram menos de 1% de frequência. Já no Estado de SP foram isolados principalmente Alternaria (27,5%), Microdochium(23,8%), Epicoccum (19,7%), Nigrospora(17.2%), Fusarium (7.1%), Drechslera (2,4%); Aspergillus, Chaetominum, Cladosporium, Cochliobolus, Phoma e Trichoderma foram isolados em menos de 1% dos grãos. Os perfis nas regiões do RS e PR foram mais similares, com presença expressiva do gênero Fusarium, Epicoccum e Alternaria. Já SP apresentou uma frequência menor de Fusarium, e alta incidência de Microdochium, que também é considerado agente etiológico da giberela no trigo. Nossos resultados mostram elevada contaminação dos grãos por fungos potencialmente causadores de doença como também produtores de tricotecenos. Assim, nosso trabalho dará continuidade através da identificação mais completa das espécies de Microdochium e Fusarium, como também serão caracterizados os genótipos, quimiotipos das cepas produtorase a expressão dos genes envolvidos na via biossintética de tricotecenos.