Resumo

O aumento de casos de infecções hospitalares tem trazido à tona a preocupação com o surgimento de microrganismos resistentes às terapias atuais, sendo o uso de plantas medicinais uma alternativa para o tratamento e controle destas infecções. Assim, este trabalho visou pesquisar a atividade antibacteriana e antifúngica do extrato etanólico da quixaba (Sideroxylon obtusifolium Roem. & Schult. T.D. Penn) em cepas coletadas na Clínica Escola de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) – Campus I, bem como frente a microrganismos de referência American Type Culture Colection (ATCC). O uso da quixaba na pesquisa deve-se ao fato de sua frequente aplicação como antiinflamatória por diversas comunidades espalhadas pelo Brasil, além de existirem poucos estudos acerca do potencial antimicrobiano da planta. O extrato bruto da quixaba foi obtido por maceração em etanol, para avaliação da atividade antimicrobiana foram utilizadas as técnicas da perfuração em ágar e da difusão em disco, utilizando-se cinco concentrações diferentes do extrato. Os resultados mostraram atividade apenas em cepas Gram-positivas oriundas da Clínica de Odontologia Campus I (CCOI) - Staphylococcus epidermidis CCOI 1223 e Staphylococcus saprophyticus CCOI 1204. Já nas cepas de leveduras o extrato demonstrou atividade somente em altas concentrações. Os resultados obtidos com S. epidermidis são importantes, uma vez que este microrganismo é o principal causador de bacteremias e sepse associada com dispositivos médicos implantados. A partir dos resultados obtidos com os testes percebeu-se que a quixaba pode ser um recurso útil no tratamento e profilaxia de infecções adquiridas em Clínicas Odontológicas, podendo futuramente fazer parte do arsenal terapêutico contra estas infecções.