27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:869-1


Poster (Painel)
869-1DESCONTAMINAÇÃO FÚNGICA DE CASCA DE ARROZ PARA USO COMO ADSORVENTE
Autores:SCAGLIONI, P. T. (FURG - Universidade Federal do Rio Grande) ; RODRIGUES, M. H. P. (FURG - Universidade Federal do Rio Grande) ; BADIALE-FURLONG (FURG - Universidade Federal do Rio Grande)

Resumo

A casca de arroz é um material fibroso, com alta dureza, fibrosidade, rico em sílica e celulose, que lhe confere potencial para emprego como adsorvente em métodos analíticos. Porém sua composição propicia condições favoráveis para o desenvolvimento fúngico. Quando se pretende utilizar este co-produto para o fim mencionado, é de suma importância estimar este nível de contaminação. O objetivo deste trabalho foi verificar a eficiência de um pré-tratamento da casca de arroz para a descontaminação fúngica, visando a utilização dela como adsorvente. A casca de arroz foi moída em moinho de facas (32 mesh), submetida a sucessivas lavagens com hexano e metanol, e seca em estufa a 90°C, até peso constante. As amostras sem pré-tratamento passaram apenas pela moagem e peneiramento. Para a contagem de bolores e leveduras as amostras foram homogeneizadas com água salina peptonada 0,1% em Stomacher (diluição 10-1). A partir dessa, foi realizada a diluição de 10-2. A inoculação foi realizada em placas de Petri com Ágar Batata Dextrose acidificado com ácido tartárico 10%. As placas foram incubadas em estufa a 25°C por 5 dias. A contagem das colônias foi realizada a cada 24 h, observando-se as placas que continham entre 10 e 150 colônias com aspecto filamentoso, cotonoso ou pulverulento ou de leveduras. Após 120 h, as placas na diluição 10-1 resultaram em 640 e 200 UFC.g-1 para as amostras de casca de arroz sem e com pré-tratamento, respectivamente. Não há legislação para a contagem de bolores e leveduras em casca de arroz. A ANVISA estabelece um limite máximo de bolores e leveduras em farinha de arroz igual a 103 UFC.g-1, sendo que a farinha de arroz é o produto obtido pela moagem do grão de arroz beneficiado, enquanto que a casca de arroz consiste na camada que envolve o grão, apesar desta diferença, quando comparado o resultado da amostra analisada com o limite legislado, verificou-se que a casca de arroz apresentou contaminação menor. Nas amostras sem tratamento foi identificada a presença de Rhizopus oryzae, que causa alteração da composição do material a ser empregado como adsorvente em método analítico. Concluiu-se que o pré-tratamento da casca de arroz reduziu em mais de três vezes o crescimento de bolores e leveduras nas amostras, tornando-a mais estável quimicamente para ser empregada como adsorvente.