27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:865-1


Poster (Painel)
865-1Padronização e identificação molecular de genes de Beta-lactamases de Espectro Ampliado ( BLA CTX-M, BLA TEM e BLA SHV) e KPC-2 provenientes de Enterobactérias obtidas de Hospitais de referência e Laboratório Central do Rio Grande do Norte.
Autores:Ansaldi, M.A.J. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Moura, A.D. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Costa, M.E.S.M. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Costa, F.M. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Castro, J.N.F. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Medeiros, R.C. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Andrade, V.F.N. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte) ; Motta, R.N. (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Resumo

A família Enterobacteriaceae compreende aproximadamente 50% de todos os isolados de infecções hospitalares e 80% de todos os isolados Gram-negativos. Elas têm adquirido, ao longo dos anos, mecanismos de resistência heterogêneo a uma grande variedade de antimicrobianos, incluindo a classe dos beta-lactâmicos. Contra eles, beta lactamases de espectro estendido (ESBL) e carbapenemases têm despontado como principal mecanismo de resistência desse grupo de bactérias. Até o ano 2000, a maioria dos produtores de ESBL eram Escherichia coli e Klebsiella spp., isoladas no ambiente hospitalar, decorrentes de mutação das enzimas TEM e SHV. Atualmente, as enzimas da família CTX-M têm predominado nos isolados hospitalares e ambulatoriais. Estatísticas nacionais e internacionais podem mostrar as tendências regionais e globais, mas para o tratamento do paciente, dados locais são essenciais. O estado do Rio Grande do Norte carece de qualquer dado sistematizado no que se refere a resistência bacteriana. Resultados publicados caracterizando essas enzimas a nível fenotípico e molecular ainda são poucos e se fazem necessários. Tendo em vista essa realidade, o presente trabalho tem como objetivo detectar e identificar bla CTX-M, bla SHV, bla TEM , bla KPC em enterobactérias isoladas de dois hospitais de referência e do Laboratório Central do estado (LACEN-RN). Das 365 amostras já coletadas, 168 foram identificadas a nível de espécie e submetidas ao TSA. Dessas, 56 (33,3%) foram confirmadas (disco aproximação) como ESBL e entre elas, 3 (4,3%) foram positivas para o teste de Hodge modificado. Os testes fenotípicos confirmatórios identificam de forma presuntiva a presença de uma ESBL, mas a identificação molecular é fundamental. . Os isolados que apresentaram resistência à cefalosporinas, penicilinas e carbapenêminos nos testes fenotípicos foram inoculados em meio enriquecimento BHI durante 12 horas a 37ºC. Três metodologias foram empregadas para extração do DNA genômico: sonicação, lise térmica e kit. A estimativa da quantidade de DNA obtido foi monitorada por eletroforese em gel de agarose. Uma cepa de Klebisiella pneumoniae cedida pela Fiocruz-RJ foi utilizada como controle positivo para a padronização do método. Foi possível então, identificar os quatro genes de resistência em 16 isolados já trabalhados, dos 56 previamente caracterizados fenotipicamente como ESBL. O gene bla CTX-M foi o único presente em todas as 16 amostras analisadas, e a espécie Klebsiella pneumoniae a principal representante, indo ao encontro de resultados já documentados em outros estados brasileiros . Torna-se-a possível futuramente, estabelecer um delineamento fenotípico e genotípico no que diz respeito a prevalência e disseminação desses mecanismos enzimáticos de resistência em enterobactérias isoladas de grandes centros de referência do estado.