Resumo

Diversos micro-organismos são conhecidos por habitar o tecido de esponjas marinhas. Estes vivem em simbiose com estes animais produzindo diversos compostos importantes na defesa de predadores, bem como de outros micro-organismos patogênicos. Este trabalho teve como objetivo caracterizar um isolado da esponja marinha A.viridis coletada na baía de Camamu, Bahia. Este micro-organismo foi testado em ensaios anteriores e verificou-se que o mesmo possui atividade antimicrobiana contra as cepas patogênicas Staphylococcus aureus e S.aureus MRSA. O micro-organismo foi caracterizado macroscopicamente pelas características das colônias como forma e borda da colônia, presença de muco e coloração. A caracterização microscópica foi realizada através do método de coloração de Gram. Para a extração do DNA, 500 μL do isolado crescido em meio Sabouraud líquido à 37 °C por 48 h, foram centrifugados. O sobrenadante foi descartado e o pellet, contendo as células microbianas, foi submetido à extração com o Kit E.Z.N.A.® Soil DNA, de acordo com as instruções do fabricante e visualizado por eletroforese em gel de agarose a 1% corado com brometo de etídio. A amplificação do gene 16S rDNA foi realizada através da técnica de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) e o sequenciamento das amostras foi realizado no Laboratório ACTGene (Centro de Biotecnologia, UFRGS, Porto Alegre, RS). As sequências foram comparadas no banco de dados GenBank através do programa Basic Local Alligmment Search Tool (BLAST). O isolado AC12 possui colônias rugosas com forma irregular e borda denteada de coloração branca e opaca, não produtoras de muco. Quando submetidas à coloração de Gram, pode-se observar bactérias em forma de bacilos gram-positivos em arranjos de estreptobacilos. Análises baseadas na sequência 16S rDNA revelaram que o isolado pertence ao gênero Bacillus, com 99% de similaridade para Bacillus amyloliquefaciens, Bacillus licheniformis e Bacillus subtilis, respectivamente. O sequenciamento foi realizado utilizando-se 700 pb, provavelmente, não foi suficiente para identificar a nível de espécie. Desta forma, um novo sequenciamento dos 1500 pb do gene 16S rDNA deverá ser realizado.