27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:853-1


Poster (Painel)
853-1CRESCIMENTO DE FUNGOS DETERIOGÊNICOS EM ÓLEO DIESEL (B0) COM DIFERENTES TEORES DE ENXOFRE.
Autores:AZAMBUJA, A.O. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; FERRÃO, M.F. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; CORREA, C. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; TEIXEIRA, R.M. (IPIRANGA - Ipiranga Produtos de Petróleo S/A) ; VISCARDI, S.L. (IPIRANGA - Ipiranga Produtos de Petróleo S/A) ; FRANÇA, R.N.R. (IPIRANGA - Ipiranga Produtos de Petróleo S/A) ; CAVALCANTI, E.H.S. (INT - Instituto Nacional de Tecnologia) ; BENTO, F.M. (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Resumo

O óleo diesel contém enxofre orgânico na sua composição e, durante a combustão, libera óxidos de nitrogênio e enxofre, que causam a poluição atmosférica. A redução dos teores de enxofre no diesel é uma tendência mundial, porém o processo de dessulfurização pode alterar algumas propriedades do combustível, tais como a lubricidade. Porém, poucos estudos abordam a suscetibilidade á contaminação microbiana durante o armazenamento de óleo diesel com reduzidos teores de enxofre. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento (biomassa) dos fungos deteriogênicos Pseudallescheria boydii e Paecilomyces variotii em óleo diesel (B0) com 50, 500 e 1800 ppm de enxofre. O experimento foi conduzido em frascos de vidro de 25 mL simulando a armazenagem. O microcosmo foi composto de uma fase oleosa, contendo 2 mL de óleo diesel com distintos teores de enxofre, e uma fase aquosa, com 8 mL de meio mineral Bushnell/ Haas e o indicador redox DCPIP. Os fungos foram inoculados na concentração de 105 esporos/ mL-1 e os frascos armazenados em estufa a 30° C por 14 dias. O tratamento controle foi montado nas mesmas condições sem a adição do inóculo fúngico. As amostras de óleo diesel com 50, 500 e 1800 ppm de enxofre foram analisados por ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN-1H) empregando um equipamento de RMN Varian INOVA (300 MHz). Para ambos os fungos, até os 14 dias de incubação, não foram observados mudanças na coloração da fase aquosa com o indicador redox, nas três concentrações de enxofre avaliadas. Os valores de biomassa recuperados na interface óleo-água foram de 30, 25 e 33 mg/ mL no diesel com 50, 500 e 1800 ppm de enxofre, respectivamente para P. boydii. Para o fungo P. variotii os valores de biomassa foram de 16, 13 e 20 mg/ mL no diesel com 50, 500 e 1800 ppm de enxofre, respectivamente. Os menores valores de biomassa foram observados no diesel com 500 ppm de enxofre, porém a maior biomassa foi verificada no diesel com 1800 ppm de enxofre para ambos os fungos. Na análise por RMN-1H observou-se que o diesel com 500 ppm de enxofre apresentou maior percentual de aromáticos que os demais. O óleo diesel com 1800 ppm de enxofre, no entanto apresentou menor percentual de aromáticos. Estes resultados preliminares sugerem distinta capacidade deteriogênica dos fungos P. boydii e P. variotii no crescimento em óleo diesel com diferentes teores de enxofre, sendo observados os maiores valores de biomassa em diesel com menores teores de aromáticos.