27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:851-1


Poster (Painel)
851-1Pesquisa Fenotípica da Produção de Betalactamases Tipo ESBL e AmpC em Enterobactérias Isoladas de Leite Mastítico Bovino na Região Sul-Fluminense
Autores:SANTIAGO, G.S. (UFRRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO) ; RIBEIRO, L. (UFRRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO) ; DUBENCZUK, F. C. (UFRRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO) ; SOUZA, M.M.S (UFRRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO) ; COELHO, S. M. O. (UFRRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO)

Resumo

A mastite ambiental é associada principalmente às bactérias Gram negativas presentes preferencialmente no habitat normal das vacas. A produção de betalactamases é o principal mecanismo de resistência contra betalactâmicos em Gram negativas, que dificulta a terapia antimicrobiana, sendo comumente codificada por plasmídeos. Em betalactamases do tipo AmpC, podem estar presentes também no cromossomo. As Betalactamases de Espectro Estendido (ESBLs) são resistentes aos betalactâmicos incluindo monobactâmicos e inibidas por clavulanato, sulbactam ou tazobactam. Existem poucos dados disponíveis na literatura no que tange ao controle de cepas produtoras destas enzimas em animais, especificamente em relação à mastite bovina. Frente a estes dados, realizou-se o isolamento de enterobactérias a partir de 381 amostras de leite provenientes de vacas mastíticas. As espécies foram identificadas através de provas bioquímicas e os testes para detecção de betalactamases foram realizados por difusão em disco contendo betalactâmicos. As cepas padrão E. coli ATCC 25922 e K. pneumoniae ATCC700603 foram utilizadas. Os isolados suspeitos de produzirem ESBL foram comprovados disco-aproximação, determinação da Concentração Inibitória Mínima (Etest) e Teste do Extrato Enzimático Tridimensional (TEET). Como testes confirmatórios para produção de AmpC fez-se o TEET e teste de dupla aproximação (Imipenem) para detectar a enzima induzível. Foram identificadas 12% de enterobactérias (42/356) sendo Escherichia coli e Proteus mirabilis as prevalentes. Não foi detectada a produção de ESBL e quanto à detecção de ampC, 47,2% (20/42) foi positivo, sendo a espécie P.mirabilis a principal produtora da enzima (13/20). O TEET confirmou a produção de apenas 25% (5/20) dos isolados, demonstrando não ser confiável como o teste de disco-difusão. O teste de indução revelou que 55% (11/20) e 45% (9/20) foram classificadas como sendo do tipo cromossomal e plasmidial, respectivamente. A ocorrência de betalactamases foi subestimada por muito tempo e vem ganhando destaque devido ao aparecimento das enzimas NDM (New Delhi Metalo-Betalactamase). Porém há poucos relatos destas enzimas em isolados animais, apontando para a necessidade da detecção multirresistência no ambiente animal, de modo a direcionar o produtor para uma utilização de terapia eficaz.