Resumo

A aplicação de uma legislação brasileira mais rigorosa implica no uso de tratamentos, para reduzir a concentração de contaminantes de diversas origens, como no caso nas empresas alimentícias. Nestes efluentes a concentração elevada de proteínas é um dos maiores entraves no que se refere ao tratamento. Dentre os processos mais utilizados para a redução do teor de proteínas nos efluentes, o uso de técnicas químicas é ainda o mais aplicado, pois apresenta alta taxa de redução das concentrações dos resíduos. O uso de microrganismos, entretanto, é uma alternativa viável para a diminuição do uso de produtos químicos. Essa tecnologia apresenta uma característica de formação de compostos menos tóxicos em relação aos métodos químicos, além de custo baixo para a sua aplicação. O objetivo do estudo foi analisar o uso de uma linhagem de Bacillus spp. na redução do teor de proteínas de um efluente de indústria alimentícia. A linhagem de Bacillus spp. utilizada no estudo foi proveniente do laboratório de microbiologia do Centro Universitário La Salle – UNILASALLE/Canoas-RS. Para tanto foi realizado um pré-inóculo de 200 mL de Caldo BHI, incubado à 32°C por 24 horas. Depois de transcorrido o período de inoculação, todo o inoculo foi transferido para uma coluna de vidro com capacidade pra 3 L, juntamente com 2 litros do efluente e deixado em estufa incubadora com aeração forçada e agitação constante, há uma temperatura de 32°C durante sete dias. Os parâmetros analisados antes e depois do tratamento foram: pH, potencial de oxirredução (ORP), oxigênio dissolvido (método iodométrico) e proteína (método de Bradford), segundo o Standard Methods for the Examination of Water and Wasterwater, 2005. Os resultados para o efluente bruto apresentou parâmetros comuns para esse tipo de resíduo, estando com alguns parâmetros fora do padrões estabelecidos pela legislação. Os seguintes valores foram verificados: pH= 6,20; ORP= 36,0 mV; OD= 34,9 mg/L e uma alta concentração de proteínas. Após o tratamento muito dos quesitos obtiveram uma redução desses valores, como pH= 6,90; ORP= 4,4 mV, OD= 21,3 mg/L e uma diferenciação do valor inicial de proteínas no meio. Entretanto os valores obtidos não satisfazem os parâmetros adequados para emissão de efluentes em corpos hídricos, evidenciando que somente o tratamento biológico para esse caso não é eficaz na sua totalidade, tendo a necessidade da utilização de um processo químico para a remoção total dessas proteínas presentes no efluente.