Resumo

Introdução: O termo micoplasma, informalmente, designa os gêneros da classe Mollicutes. E apesar de esse micro-organismo constituir a microbiota normal de homens e mulheres saudáveis, estudos têm apontado associações deles com infecções urogenitais, o que dificulta a compreensão da biologia das espécies. A ocorrência de 17 espécies de Mollicutes já foram relatadas em humanos como hospedeiro primário, destacando-se nesse estudo o Mycoplasma hominis e M. genitalium, que apresentaram maior frequência nas amostras coletadas. De acordo com a literatura, o estudo das citocinas nos indivíduos doentes indicam que este aspecto contribui no esclarecimento do oportunismo clássico destas bactérias. Objetivos: O objetivo desse estudo foi detectar, por meio da PCR quantitativa (qPCR), M. hominis e M. genitalium e associar com a expressão da citocina TNF-alfa. Material e métodos: Foram obtidas amostras de swab vaginal e soro de 302 mulheres da cidade de Vitória da Conquista, Bahia. As amostras de swab foram submetidas a extração de DNA e qPCR para M. hominis e M. genitalium e as amostras de soro foram submetidas a ELISA para quantificação da citocina TNF-alfa. Resultados: Pela qPCR, detectaram-se 31,8% e 28,1% para M. genitalium e M. hominis respectivamente. Contudo, não houve diferença estatística entre as dosagens de TNF-alfa em nenhuma comparação feita: amostras obtidas em indivíduos caso versus controle, amostras positivas para M. hominis versus negativas e amostras positivas para M. genitalium versus negativas. Conclusões: Por essa última análise, observou-se que a infecção por micoplasmas genitais estão associadas aos sinais e sintomas clínicos de infecções sexualmente transmissíveis. Os resultados mostraram que a qPCR foi uma técnica sensível e que os níveis da citocina TNF-alfa podem não ter sido correlacionado com a doença devido a possível cronicidade, a qual pode ter mascarado a relação da citocina.