Resumo

Introdução: Espécies de Candida são frequentemente responsáveis pelo aparecimento de infecções fúngicas, tanto em pacientes nosocomiais quanto em pacientes comunitários. A candidíase é considerada como a mais usual dentre as infecções fúngicas, geralmente de difícil tratamento. Fato intrinsecamente relacionado aos fatores de virulência das espécies de Candida bem como à aquisição de resistência frente à ação de antifúngicos convencionais. Assim, as plantas medicinais, reconhecidas pelo seu potencial terapêutico, surgem como alternativa para a busca de novas moléculas com potencial antifúngico. Este trabalho objetivou avaliar in vitro a atividade antifúngica de alguns extratos vegetais frente à Candida albicans ATCC 76645. Materiais e Métodos: A atividade antifúngica foi determinada a partir de extratos hidroetanólicos brutos (EHEB) das plantas: Anacardia occidentale (cajueiro); Anadenanthera colubrina (angico); Stryphnodendron adstringens (barbatimão); Ximenia americana (ameixa do mato); Myracrodruon urundeuva (aroeira); Rosmarinus officinalis (alecrim); Acanthospermum hispidum (Espinho de cigano); Mikania glomerata (guaco); Piper arboreum (pimenta do mato); Piper mollicomum(jaborandi); Piper caldense e de extratos aquosos (EA) de: Vaccinium macrocarpon (cranberry) e Vaccinium ashei (mirtilo), ambos na concentração de 200mg/mL. A avaliação da atividade antifúngica foi realizada através do método de disco de difusão, utilizou-se 20 µL de cada extrato para embeber discos estéreis, com 6mm de diâmetro. A cepa de C. albicans foi semeada em ágar Sabourand Dextrose e os discos previamente embebidos foram dispostos nas placas, que foram incubadas a 35ºC/48h. Após este período procedeu-se a leitura, verificando-se a formação e o diâmetro dos halos de inibição de crescimento. Os testes foram realizados em duplicata e os resultados expressos pelo diâmetro médio dos halos, considerando-se ativo o extrato com halo de inibição maior ou igual a 8mm. Discussão dos resultados: A maioria dos EHEB apresentou atividade antifúngica frente à cepa testada, com exceção dos extratos de angico e espinho cigano. Os halos de inibição de crescimento variaram entre 22 e 8 mm de diâmetro. Dentre os EA, apenas o extrato de cranberry foi ativo frente a C. albicans, com halos medianos de 10 mm. Conclusões Os resultados obtidos corroboram, em sua maioria, com estudos realizados anteriormente, o que fornece subsídios para a determinação do real potencial antifúngico destas espécies vegetais, com possível isolamento das substâncias que apresentam tal atividade, objetivando a obtenção de produtos fitoterápicos.