27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:833-1


Poster (Painel)
833-1ANTICORPOS CONTRA LEPTOSPIRA SPP. EM OVINOS DO ESTADO DO MATO GROSSO, BRASIL
Autores:Silva, G.C.P. (FCAV-UNESP - Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal) ; Santos, R.F. (FCAV-UNESP - Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal) ; Assis, N.A. (FCAV-UNESP - Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal) ; Manhezzo, T.G. (UFMT-SINOP - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Castro, B.G. (UFMT-SINOP - Universidade Federal de Mato Grosso) ; Santiago, L.B. (EMBRAPA - Embrapa Caprinos e Ovinos) ; Pinheiro, R.R. (EMBRAPA - Embrapa Caprinos e Ovinos) ; Alves, F.S.F. (EMBRAPA - Embrapa Caprinos e Ovinos) ; Mathias, L.A. (FCAV-UNESP - Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal)

Resumo

A leptospirose é uma zoonose de distribuição mundial causada por bactérias do gênero Leptospira. Esse agente possui um grande número de variantes sorológicas, as quais não apresentam especificidade de hospedeiro, podendo afetar animais domésticos, selvagens e humanos. Os ovinos são os animais domésticos considerados menos susceptíveis, porém sofrem a infecção por leptospiras patogênicas e, em muitos casos, a evolução é assintomática. No entanto, a doença pode manifestar-se de forma aguda, subaguda e crônica, caracterizando-se por quadros clínicos de septicemia, hemorragia, nefrite, seguida por icterícia, hemoglobinúria, mastite sanguinolenta, retorno ao cio, abortamento nas ovelhas e anemia hemolítica nos cordeiros, com morte na primeira semana de vida. Devido à importância da leptospirose para a saúde pública, bem como para a atividade agropecuária, objetivou-se realizar um levantamento sorológico sobre a ocorrência de aglutininas antileptospiras em ovinos do Estado do Mato Grosso. As amostras de soro foram encaminhadas ao Laboratório de Diagnóstico de Brucelose e Leptospirose do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Reprodução Animal, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal (FCAV-Unesp). A técnica utilizada foi a Soroaglutinação Microscópica (SAM). O critério adotado para considerar um soro como reagente foi a aglutinação de pelo menos 50% das leptospiras no campo microscópico no aumento de 100x. Os soros reagentes na triagem inicial foram reexaminados em quatro diluições seriadas de razão dois e selecionadas apenas as amostras com titulação mínima de 100 (ponto de corte). As sorovariedades de Leptospira spp. empregadas como antígeno foram: Australis, Autumnalis, Butembo, Castellonis, Bataviae, Canicola, Whitcombi, Cynopteri, Grippotyphosa, Hebdomadis, Icterohemorrhagiae, Copenhageni, Javanica, Panama, Pomona, Pyrogenes, Sejroe, Hardjo, Wolffi, Shermani, Tarassovi, Andamana, Patoc e Sentot. Das 254 amostras de ovinos submetidas ao teste sorológico de SAM, 10 animais (3,93%) mostraram reações positivas, determinadas pela presença de aglutininas antileptospiras visualizadas em microscópio de campo escuro. As sorovariedades predominantes foram: Autumnalis (1,18%), Pyrogenes (1,18%), Wolffi (0,78%) e Hardjo (0,78%). Com este estudo, confirmou-se a presença de anticorpos contra Leptospira no rebanho ovino do Estado de Mato Grosso, deixando evidente a necessidade de maiores esclarecimentos e responsabilidade por parte dos produtores, por ser uma importante zoonose, que acarreta prejuízos econômicos, além de poder causar danos à saúde pública.