27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:832-2


Poster (Painel)
832-2Isolamento e Identificação de Endofíticos de Tabebuia spp
Autores:Romano, L. H. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Toyama, D. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Henrique-Silva, F. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Sousa, C.P (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos) ; Badino, A.C. (UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos)

Resumo

O Cerrado é um dos grandes biomas brasileiros, com uma extensão aproximada de 2 milhões de km2. Esse habitat ocupa grande parte do território nacional, ocorrendo também em países vizinhos, como a Bolívia, Paraguai e Venezuela. Dentre as espécies arbóreas características do Cerrado destaca-se a Tabebuia spp, popularmente conhecida como ipê, árvore símbolo do Brasil. Micro-organismos endofíticos habitam o interior de plantas (folhas, caules e raízes), não causando danos aparentes aos hospedeiros. Pode haver estabelecimento de uma relação harmoniosa entre micro-organismo e vegetal, onde os micro-organismos recebem nutrientes e, em contrapartida, produzem compostos químicos como metabólitos secundários bioativos e enzimas que podem atuar como inibidores de parasitas nocivos à planta. Os metabólitos produzidos podem possuir potencial de aplicação industrial, farmacêutica e médica. O objetivo desse trabalho foi o isolamento e identificação de endofíticos isolados a partir de folhas de Tabebuia spp. Após a desinfecção das folhas para eliminação da população epifítica, foram obtidas sete diferentes tipos de colônias (IB1, IB2, IB3, IB4, IB5, IB6 e IB7). Foi estudado a capacidade de produção de substância inibitórias dos isolados, utilizando como indicadores as bactérias Staphylococcus aureus e Escherichia coli e o fungo Candida albicans. A linhagem denominada IB1, destacou-se por apresentar halos de inibição tanto para as culturas de Staphylococcus aureus quanto de Escherichia coli (2,1 cm e 0,9 cm respectivamente). O micro-organismo IB1 também apresentou halos indicativos da produção de amilase, quando cultivado com o amido como única fonte de carbono disponível. A linhagem IB1 foi submetida a análises fenotípicas e genotípicas, sugerindo, com base na análise do gene que codifica o 16S rRNA, a espécie Paenibacillus terrae, com mais de 99% de identidade. Ressalta-se que não foram encontrados relatos na literatura sobre isolamento desse P. terrae como endofítico. Conclui-se que o P. terrae, além de possuir já conhecido potencial antagônico, possibilita maiores estudos contra outros patógenos e para o aumento desse potencial de inibição com a utilização de condições de cultivo que favoreçam a produção, além dos possíveis estudos da produção enzimática e de substâncias antitumorais.