27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:829-1


Poster (Painel)
829-1Haemophilus influenzae: CEPAS CLÍNICAS ISOLADAS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO (2000-2012)
Autores:Caldeira, N. G. S. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; Pinto, T. C. A. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; de Almeida, A. E. C. C. (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz)

Resumo

Haemophilus influenzae (Hi) inclui um dos mais importantes patógenos bacterianos. O tipo capsular b (Hib) foi o mais frequente em infecções graves infantis até a introdução da vacina conjugada contra Hib no PNI em 1999. Após a vacina supracitada houve grande diminuição em doenças por Hib, porém estudos realizados na era pós-vacinal mostram que a incidência de doenças causadas por Hi não b e NT têm aumentado. O objetivo desse estudo foi obter informações sobre as cepas de Hi circulantes na cidade do Rio de Janeiro. Para isso, utilizou-se 96 cepas (46 invasivas e 50 não invasivas) provenientes de diferentes hospitais, isoladas no período de 2000 a 2012, que fazem parte da coleção de pesquisa do Laboratório de Micro-organismos de Referência do INCQS/FIOCRUZ, onde são preservadas por liofilização. Os liófilos foram semeados em placas com ágar chocolate suplementado com 1% de VX, e incubados a 37ºC em 5% de CO2 por 18 a 24 horas. Do crescimento obtido, foi realizada: análise macroscópica da colônia, análise microscópica pelo Gram; semeadura em meio isento de sangue (avaliação da necessidade dos fatores de crescimento); semeadura em ágar sangue (avaliação da formação de hemólise); testes bioquímicos (fermentação de carboidratos e biotipificação); sorotipificação (soroaglutinação em lâmina); extração e purificação do DNA genômico (caracterização genotípica por PCR) e PFGE. Entre as 96 cepas foram encontradas 15 cepas capsuladas, incluindo quatro sorotipos (a,b,c,f), e 81 cepas HiNT. A maioria das cepas capsuladas (n=14) foi isolada de doenças invasivas, cujo sorotipo b foi o mais prevalente seguido do sorotipo a, f e c. Quanto à biotipificação, as 96 cepas desse estudo foram distribuídas em seis dos oito biotipos para Hi, tendo as cepas invasivas o predomínio dos biotipos II e I; e as cepas não invasivas o predomínio dos biotipos II e III. Os perfis de PFGE dos 96 isolados foram bastante diversos, apresentando 22 grupos clonais e 25 perfis individuais. Concluímos que na era pós-vacinal, também no Rio de Janeiro, as cepas de HiNT têm sido as maiores causadoras de doenças invasivas e não-invasivas, e que os outros sorotipos, principalmente Hia, tiveram a sua frequência aumentada. Desta forma, é necessário o permanente monitoramento de cepas de Hi circulantes no Rio de Janeiro, visando à compreensão das possíveis alterações dos sorotipos prevalentes na atualidade, o que contribuirá para novas condutas em relação a este agente em saúde pública.