27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:823-2


Poster (Painel)
823-2Avaliação da Ação anti-Trypanosoma cruzi de Derivados Sintéticos do Ácido Hidroxâmico
Autores:Capaci Rodrigues, G. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroIME - Instituto Militar de EngenhariaUNIGRANRIO - Universidade do Grande Rio) ; Feijó, D.F. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Bozza, M.T. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Aguiar, A.P. (IME - Instituto Militar de Engenharia) ; Vermelho, A.B. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Introdução. As doenças tropicais acometem mais de um bilhão de pessoas no mundo. Somente a doença de Chagas é responsável por cerca de 14.000 mortes/ano no mundo, e estima-se que exista mais de 8 milhões de pessoas infectadas e 100 milhões sob o risco de adquiri-la. Apesar de mais de um século da sua descoberta a farmacoterapia existente para o tratamento dessa doença é ineficaz e possui graves efeitos colaterais. Embora novas substâncias e novos alvos terapêuticos venham sendo investigados, poucas drogas chegaram até hoje a fase de ensaio clínico. No entanto, este trabalho propõe o estudo de novos derivados sintéticos do ácido hidroxâmico (DAH) como potenciais agentes anti-Trypanosoma cruzi, ainda não reportados na literatura cientifica. Materiais e métodos. A forma epimastigota (cepa Y) do T. cruzi foi tratada por cinco dias em diferentes concentrações de onze DAH (D1-11). A contagem de célula foi realizada em câmara de Neubauer. O DAH que obteve melhor resultado (D7) foi investigado frente a forma infectiva do parasito, Tripomastigota (cepa Y). As formas Tripomastigota foram tratadas por 48h e em seguida realizada a contagem de células viáveis em câmara de Neubauer. O efeito sobre a carga parasitária (amastigotas) de macrófagos peritoneais de camundongos Balb/C foi avaliado incubando o D7 por 48h com as células infectadas. Após o período de incubação as células foram fixadas com metanol nas lamínulas de 13 mm2, que se encontravam previamente depositadas no fundo da placa de 24 poços, e em seguida coradas com giemsa. Discussão dos resultados. Os resultados obtidos frente a forma epimastigota do T. cruzi demonstraram que dentre os 11 DAH avaliados o composto D7 foi capaz de inibir o crescimento do parasito em uma concentração 2 vezes menor do que o composto de referencia, benznidazol (BZN), IC50 D7 = 7,6 μM - IC50 BZN = 15,9 μM. A característica estrutural provável para tal efeito do composto D7 em detrimento aos demais DAH foi a presença de um substituinte volumoso na posição para do anel aromático, grupo não existente nos demais DAH. O tratamento das formas tripomastigotas demonstrou uma IC50 ainda menor, IC50 = 3,5 μM, revelando assim maior sensibilidade das formas infectivas do parasito ao derivado. Além disso, o D7 também foi capaz de eliminar a carga parasitária de células infectadas em baixas concentrações, IC50 = 9,1 μM, demonstrando, desta forma, alta eficiência em todas as formas do parasito. Conclusão. Os DAH demonstraram-se eficientes agentes anti-T. cruzi, em especial o D7 que em baixas concentrações foi capaz de inibir as três principais formas evolutivas do agente etiológico da doença de Chagas. Novos e promissores ensaios vêm sendo realizados em busca do alvo terapêutico em que os DAH atuam. Além de promissores ensaios in vivo.