27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:821-1


Poster (Painel)
821-1Avaliação do potencial biotecnológico da degradação de ácido 2,4-diclorofenoxiacético por estirpes bacterianas em solos brasileiros
Autores:Freitas Pereira, P. H. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Barreto, C. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Direito, I. C. N. (UEZO - Universidade Estadual da Zona Oeste) ; Macrae, Andrew (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

Na agricultura, o uso extensivo de agrotóxicos tem aumentado a produção agrícola, mas também tem sido motivo de preocupação por sua toxicidade. Este estudo teve como objetivo avaliar a degradação bacteriana de 2,4-D, o ingrediente ativo do DMA, uma formulação comercial do 2,4-D (sal de dimetilamina), um pesticida altamente tóxico e amplamente utilizado no Brasil. Bactérias isoladas de solo em estudos anteriores, que haviam degradado 2,4-D foram avaliadas com o objetivo de identificar estirpes capazes de serem selecionadas como inóculos. As análises de CLAE (Cromatografia Líquida de Alta Performance) de resíduos de 2,4-D após a incubação com 69 estirpes bacterianas identificou 2 estirpes promissoras (MG07; DF07), sendo estas utilizadas para ensaios como inoculantes. O milho foi utilizado como um modelo de planta, as estirpes selecionadas foram testadas para avaliar o efeito das bactérias sobre as plântulas com e sem a forma comercial de 2,4-D (DMA). O efeito de DMA em pré-emergência nas plântulas de milho numa concentração de 5mg/mL foi negativo. A estirpe DF07 promoveu o crescimento radicular das plântulas de milho, não obstante, as interações entre bactérias e plantas foram postivas ou neutras. Uma tentativa de amplificar e sequenciar genes de sequência homóloga a via degradativa tfd foi feita. Dois genes foram amplificados e sequenciados a partir de primers tfdC. Estes genes podem estar relacionadas com a degradação de 2,4-D. Um deles codifica um domínio de monoxigenase, que é uma enzima diretamente relacionada à mineralização de pesticidas. O segundo gene é, provavelmente, um regulador da transcrição da família de araC, mas esta enzima pode também ser relacionada com a degradação de pesticidas para obtenção de carbono. Neste estudo, foram identificadas duas estirpes que degradam o 2,4-D a partir do pesticida DMA; foi demonstrado que as bactérias não afetam negativamente o crescimento de plântulas de milho, e que uma dessas estirpes (DF07) é capaz de melhorar o desenvolvimento das raízes. Apesar da degradação não comprovada como inoculante em rizosfera de milho, essas bactérias possuem potencial pra se tornarem inoculantes.Os genes provenientes de bactérias degradadoras de 2,4-D, isoladas de solos brasileiros, possuem provavelmente função tfd-like. Pois, algumas dessas não possuem genes tfd, e ainda assim degradam ativamente o 2,4-D.