27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:817-1


Poster (Painel)
817-1Elaboração de formulações fúngicas a base de alginato para a biorremediação de ácido 2,4-diclorofenoxiacético em solos brasileiros
Autores:Ramos, L.S (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Direito, I.C.N (UEZO - Universidade Estadual da Zona Oeste) ; Macrae, A. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Freitas Pereira, P.H (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

O Ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) é um herbicida amplamente utilizado na agricultura graças a sua excelente seletividade entre ervas daninhas de folha larga (dicotiledôneas) e as culturas de gramíneas (monocotiledôneas), somado-se a isso ele possui um custo relativamente baixo. Este herbicida mimetiza uma auxina, um hormônio de crescimento vegetal que em determinadas quantidades perturba o equilíbrio hormonal vegetal de dicotiledôneas, resultando em sua morte. Um dos maiores problemas no uso dessa substância inclui sua alta solubilidade em água (30 µg.L–1), levando o xenobionte aos lençóis freáticos, além de sua alta toxicidade. Uma solução para o problema encontrado é o uso de micro-organismos que degradam naturalmente estes compostos xenobiontes, sendo assim, estes podem compor inoculantes no solo com a finalidade de biorremediar. O foco deste projeto é utilizar estirpes fungicas que ao possuírem capacidade de degradação de anéis aromáticos lignoliticos, possam ser utilizadas para degradação de 2,4-D no solo. O Laboratório de Biotecnologia Sustentável e Bioinformática Microbiana (LBSBM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro tem a sua disposição uma coleção com cerca de 300 estirpes de fungos isolada de manguezais. Cerca de 100 dessas estirpes apresentaram características lignolíticas, através de um teste com o corante Poly-R 478. Um screening subsequente está sendo realizado buscando encontrar estirpes com capacidade de degradação de 2,4-D. Estas estirpes foram incubadas em meio rico suplementado com 2,4-D (0,5 g/ L) durante um período de 21 dias. Amostras foram filtradas no décimo quarto e vigésimo primeiro dias, as quais foram submetidas posteriormente a uma corrida em aparelho de HPLC (High Performance Liquid Chromatography). Algumas das estirpes recém analisadas já demonstraram degradação ou biotransformação da molécula de 2,4-D. Obtida a quantificação da degradação do herbicida pela técnica de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, três estirpes fúngicas serão submetidas à técnica de suspensão de esporos. Em seguida, as formulações a base de grânulos de alginato serão testadas no solo quanto a sua eficiência e viabilidade, além de analisadas microscopicamente.