27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:807-1


Poster (Painel)
807-1Colonização Nasofaríngea por Streptococcus pneumoniae em Crianças Assistidas em Instituições Públicas de Niterói/RJ
Autores:RODRIGUES, H.G. (UFF - Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense;) ; MOREIRA, L.S.G. (UFF - Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense;) ; BARRETO, R.A. (UFF - Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense;) ; PINTO, T.C.A. (UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Feder) ; BARROS, R.R. (UFF - Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense;) ; TEIXEIRA, L.M. (UFRJ - Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Feder) ; NEVES, F.P.G. (UFF - Instituto Biomédico, Universidade Federal Fluminense;)

Resumo

A colonização nasofaríngea por S. pneumoniae é um fator chave para o desenvolvimento das doenças pneumocócicas e disseminação do microrganismo. Esta espécie é responsável por várias infecções, desde otite média aguda e sinusite até outras mais graves como pneumonia, bacteremia e meningite, sobretudo em crianças. Visando determinar a prevalência de colonização por S. pneumoniae, foram analisados 242 espécimes nasofaríngeos coletados de crianças com idade <6 anos assistidas em uma creche (n=102) e um hospital (n=140) de Niterói entre março e junho de 2010, os quais foram à época analisados por cultura direta (CD) em meio ágar sangue com 5,0 µg/mL de gentamicina. Duas novas abordagens foram então realizadas, ambas envolvendo uma etapa prévia de enriquecimento em caldo, seguida de cultura em ágar sangue (CE) ou PCR multiplex (mPCR-E). Em todas as metodologias, a determinação dos sorotipos foi realizada por PCR multiplex sequencial, investigando-se a presença de 30 sorogrupos/sorotipos. Os métodos CD e CE permitiram identificar a presença do pneumococo em 49,2% (n=119) e 47,5% (n=115) das crianças, respectivamente, sendo que, em conjunto, o microrganismo foi detectado em um total de 123 crianças (50,8%). Já o método mPCR-E foi mais sensível, detectando a presença do pneumococo em 57% dos espécimes (138/242). Aliados, os três métodos permitiram a detecção de colonização nasofaríngea em 142 crianças (58,7%), sendo mais frequente entre aquelas assistidas na creche (62,7% vs. 55,7%). Foram identificados 24 sorogrupos/sorotipos distintos, predominando 6A/B/C, 19F, 14, 15B/C e 23F, sendo observada maior diversidade em crianças do hospital. Os sorotipos 6B e 19F foram os prevalentes na creche e no hospital, respectivamente. Colonização múltipla foi observada em 16 crianças. Entretanto, o PCR multiplex sequencial realizado a partir dos métodos CD, CE e mPCR-E não conseguiu determinar, respectivamente, os sorotipos a partir de 11, 19 e 59 espécimes nos quais o controle de identificação pneumocócica cpsA foi detectado. Quatro amostras isoladas por métodos baseados em cultura foram cpsA negativas. A cobertura estimada da vacina pneumocócica 10-valente foi baixa (aproximadamente 44,7%). Nossos resultados têm aplicações potenciais no desenvolvimento de novas estratégias de diagnóstico e prevenção, tendo, portanto, importante impacto em saúde pública.