27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:800-2


Prêmio
800-2Heterorresistência de Cryptococcus gattii ao itraconazol
Autores:Ferreira, F. G. (LM-ICB-UFMG - Laboratório de Micologia, IFMG-UFMG) ; Santos, J. R. A. (LM-ICB-UFMG - Laboratório de Micologia, IFMG-UFMG) ; Costa, M. C. (LM-ICB-UFMG - Laboratório de Micologia, IFMG-UFMG) ; Santos, D. A. (LM-ICB-UFMG - Laboratório de Micologia, IFMG-UFMG)

Resumo

˂i>Cryptococcus gattii˂/i> é um fungo patogênico capaz de se disseminar em indivíduos imunocompetentes, invadir os pulmões e o sistema nervoso central, causando criptococose. Entre os grupos de fármacos mais utilizados no tratamento da criptococose estão os azóis. O itraconazol tem-se mostrado uma ferramenta importante no tratamento da criptococose pulmonar. No entanto, existem relatos demonstrando a presença de cepas de ˂i>Cryptococcus˂/i> spp. heterorresistentes ao tratamento medicamentoso, principalmente frente aos azóis. O significado da heterorresistência ainda não está claro, podendo ser um estágio precursor para a emergência de cepas resistentes. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar os mecanismos envolvidos na heterorresistência de ˂i>C. gattii˂/i> ao itraconazol. A metodologia consistiu em: determinação da concentração inibitória mínima (CIM) de 12 cepas de ˂i>C.gattii˂/i> frente ao itraconazol; cultivo na presença de concentrações crescentes de itraconazol, partindo de concentrações inferiores ao CIM até concentrações superiores ao CIM para obtenção das células heterorresistentes; realização da curva de morte das cepas selvagens e heterorresistentes; mensuração do tamanho da célula e da cápsula das leveduras selvagens e heterorresistentes por microscopia óptica. Os dados apontaram que todas as cepas apresentaram a capacidade de expressar o fenótipo heterorresistente, mas em níveis diferentes. O itraconazol gerou uma curva fungistática com 80% de inibição do crescimento depois de, em mediana, 24 horas após a incubação das células selvagens com CIM do itraconazol. Já para as cepas heterorresistentes esse tempo foi da mediana de 48 horas. Além disso, verificou-se que as leveduras heterorresistentes apresentaram diminuição do raio celular e do tamanho da cápsula quando comparadas com as células selvagens. Os dados demonstram que a heterorresistência ao itraconazol produz modificações cinéticas e dinâmicas na interação micro-organismo e fármaco azólico.