27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:798-1


Poster (Painel)
798-1Aspergillus section Nigri produtores de fumonisina B2 isolados de castanha-do-brasil
Autores:FERRANTI, L.S. (UEL - Universidade Estadual de LondrinaITAL - Instituto Tecnológico de Alimentos) ; IAMANAKA, B.T. (ITAL - Instituto Tecnológico de Alimentos) ; CORREA, B. (USP - Universidade de São Paulo) ; SARTORI, D. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; FUNGARO, M.H.P. (UEL - Universidade Estadual de Londrina) ; TANIWAKI, M.H. (ITAL - Instituto Tecnológico de Alimentos)

Resumo

A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) é uma planta de grande importância econômica na região da Amazônia e constitui um importante produto exportado pelo Brasil. No entanto, os baixos níveis tecnológicos característicos de sua cadeia produtiva considerada ainda extrativista e as condições inadequadas de manejo da matéria prima, favorecem o aparecimento de contaminação por fungos produtores de micotoxinas. O conhecimento da distribuição de fungos toxigênicos em alimentos é importante porque dá parâmetros para controlar e prevenir a produção destas micotoxinas. A fumonisina B2 (FB2) é uma micotoxina produzida por espécies de Fusarium e Aspergillus section Nigri, e é motivo de preocupação para a saúde humana e de animais. O objetivo do presente trabalho foi verificar o potencial toxigênico quanto à produção de FB2 das cepas de A. section Nigri isolados de castanha-do-brasil e verificar a contaminação desse alimento por essa micotoxina. Foram analisadas 200 cepas, previamente identificadas morfologicamente como A. section Nigri, isoladas de amostras de castanha-do-brasil, pertencentes a coleção de fungos do laboratório de Microbiologia do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) em Campinas–SP. Para testar o potencial de produção de fumonisina B2, os isolados foram inoculados em CY20S. A toxina foi extraída com metanol e detectada por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) utilizando reagente o-phthaldialdehydo (OPA) para reação de derivatização. Um total de 100 amostras de castanha-do-brasil provenientes dos Estados do Pará, Amazonas e São Paulo em diferentes etapas da cadeia produtiva da castanha foram analisadas utilizando coluna de imunoafinidade para extração e limpeza das amostras, OPA e CLAE, para detecção e quantificação da FB2. De um total de 200 cepas de A. section Nigri testadas quanto à capacidade de produção de fumonisina B2, apenas 36 cepas (18%) foram produtoras de FB2, as concentrações variaram de 0,01 a 37,25 µg/kg. 138 (69%) não foram produtoras de FB2 e 26 cepas (13%) apresentaram picos menores que o limite de detecção. A atividade de água destas 100 amostras de castanha-do-brasil variaram de 0,316 a 0,994 e a infecção fúngica de 0 a 100%, nas diferentes etapas de cadeia. Embora várias amostras apresentaram alta contaminação por A. section Nigri, nenhuma amostra estava contaminada por fumonisina B2.