27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:792-2


Poster (Painel)
792-2PREVALÊNCIA E SUSCEPTIBILIDADE DE BACTERIAS DO GRUPO ESKAPE NAS DIVERSAS INFECÇÕES EM PACIENTES DO CTI DE UM HOSPITAL NO SUL DA BAHIA
Autores:ASSIS, D.A.M. (UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz) ; OLIVEIRA, F.C.S. (UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz) ; COSTA, G.B. (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; BORGES, M.H.S.B. (SEMISB - Serviço de medicina intensiva do sul da Bahia) ; MACEDO, P.C. (SEMISB - Serviço de medicina intensiva do sul da Bahia) ; AQUINO JR, C. N. (SEMISB - Serviço de medicina intensiva do sul da Bahia) ; ROMANO, C.C. (UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz)

Resumo

Os patógenos que têm causado a maior parte das infecções em hospitais em todo mundo foram resumidos pela sigla ESKAPE (Enterococcus faecium, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter sp.). Este grupo representa o maior desafio no tratamento de infecções em hospitais devido aos diversos mecanismos de resistência aos antimicrobianos em uso clínico. O objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência e perfil de susceptibilidade dos micro-organismos isolados nas diversas infecções dos pacientes internados no centro de terapia intensiva (CTI), de um hospital no sul da Bahia, no período de junho a dezembro de 2012. Foram analisados os resultados positivos das uroculturas, hemoculturas, culturas da ponta de cateter e de secreção traqueal, sem repetição de pacientes para a mesma cultura. De um total de 145 culturas positivas, em 60,7% houve o isolamento de micro-organismos do grupo ESKAPE, sendo mais prevalente a Pseudomonas aeruginosa, correspondendo a 32.4%, seguido de Acinetobacter baumannii. 9,6%, Klebsiella pneumoniae 6,9%, Staphylococcus aureus 6,2% e Enterobacter sp. 5,6%. Os outros 39,3% das culturas positivas corresponderam a micro-organismos como E. coli, Serratia sp., Citrobacter sp., entre outros. Quanto à sensibilidade aos antimicrobianos, os perfis mais preocupantes foram: 66% das Pseudomonas aeruginosa resistentes ao levofloxacin, 34% ao meropenem e 51% a amicacina. As Enterobactérias apresentaram em média 70% de resistência às cefalosporinas de terceira geração, devido principalmente a produção de betalactamase de espectro estendido (ESBL), mas foram sensíveis aos carbapenêmicos. O Acinetobacter baumannii foi o micro-organismo que apresentou o perfil mais preocupante, sendo, 67% resistentes ao meropenem, 75% a levofloxacin e 72% ao cefepime. Esses resultados confirmam a prevalência das bactérias do grupo ESKAPE em infecções nosocomiais, como tem sido relatado em diversos serviços hospitalares pelo mundo. As infecções por micro-organismos resistentes são uma preocupação mundial, devido à limitação da terapia e as altas taxas de morbi-mortalidade. Esses dados reforçam a importância dos procedimentos de prevenção da infecção hospitalar e do uso racional dos antimicrobianos.