Resumo

A desinfecção é o processo que visa eliminar microrganismos presentes em objetos inanimados, com exceção dos endósporos bacterianos, sendo classificada por sua ação em níveis: alto, intermediário e baixo. O ozônio, considerado forma alotrópica do oxigênio tem ação potente oxidante, capaz de oxidar compostos orgânicos e inorgânicos, os quais exercerão podem exercer ação desinfetante. O presente estudo teve como objetivo avaliar a eficiência da desinfecção de área física hospitalar com água ozonizada. Neste sentido, 20 peças de manuseio constantes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) - 7 maçanetas de portas, 1 telefone sem fio, 2 computadores, 1 bancada de preparo de medicamento, 1 grade de leito hospitalar, 1 ventilador mecânico, 1 carrinho de emergência, 1 suporte de soro, 1 estetoscópio, 3 torneiras, 1 peça de piso do corredor central - foram avaliadas antes e pós desinfecção. A água destilada foi ozonizada utilizando-se o gerador de ozônio Ozoniobrás, mod.BR03, com capacidade de produção de 0,3 g/h. Pela ação de descarga elétrica sobre as moléculas de ar movimentado por bomba, reatores de cristal com capacidade de 100 ml foram acoplados ao gerador formando um sistema de difusão de bolhas finas. Mangueiras de silicone com pedras porosas foram acopladas para produção do ozônio dentro da água - o volume de 100 ml de água destilada com borbulhamento a mistura O2/O3 por 5 minutos. Seguiu-se umidificarão de pano de higienização hospitalar passado sobre superfícies hospitalares. Os resultados mostraram que a contaminação fúngica, na primeira coleta (antes do processo de limpeza) foi marcante (37.5%), constituída por diferentes espécies de Candida. Após o contato com água ozonizada, por tempo de 10 minutos, a mesma superfície foi reavaliada, evidenciando redução da carga microbiana de 80%. Esses resultados são inéditos e promissores no campo da desinfecção hospitalar contra agentes fúngicos, uma vez que a água ozonizada apresentou excelente potencial para a diminuição da carga microbiana. A composição de novos estudos com metodologia quantitativa e correlações às variáveis serão necessários para o correto estabelecimento dos limites de sensibilidade.