27º Congresso Brasileiro de Microbiologia
Resumo:768-1


Poster (Painel)
768-1Produção de goma xantana em cultivo submerso por cepas alternativas de Xanthomonas com diferentes fontes de carbonos
Autores:Gomes, G. V. P. (UFBA - Universidade Federal da BahiaIFBAIANO - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano) ; Santos-Ebinuma, V.C. (USP - Universidade de São Paulo) ; Sousa, L. S. (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; FIGUEIREDO, T. V. B. (UFBA - Universidade Federal da Bahia) ; Druzian, J. I. (UFBA - Universidade Federal da BahiaUFBA - Universidade Federal da Bahia)

Resumo

A goma xantana (GX) é um heteropolissacarídeo microbiano extracelular de grande interesse em indústrias alimentícias, farmacêuticas, petrolíferas, entre outras. Industrialmente, a GX é produzida por cultivo submerso de Xanthomonas utilizando sacarose como fonte de carbono principal. Desta maneira, tanto fonte convencional, sacarose, quanto fontes de carbono alternativas, como o bagaço de cana de açúcar, são de grande interesse industrial. Neste trabalho, investigaram-se diferentes cepas de Xanthomonas (X. campestris IBSBF 254 e X. axonopodis IBSBF 356) na produção de GX por cultivo submerso avaliando bagaço de cana de açúcar (BCA) como fonte alternativa de carbono. Inicialmente, as cepas foram mantidas em YM-Agar e inoculadas em meio YM. A curva de crescimento de ambas as cepas foi determinada nas primeiras 42 horas do bioprocesso. Além disso, realizou-se caracterização do BCA. O cultivo submerso no meio com sacarose e BCA foi realizado em incubadora Shaker a 28oC, 250 rpm, 120h e tanto a produção da GX quanto a viscosidade do biopolímero obtido foi determinada. Os resultados da análise do bagaço de cana de açúcar foram: matéria seca 81,0±0,05, cinzas 0,18±0,02, lipídeos 0,74±0,04, proteína bruta 1,55±0,05, carboidratos 78,5±0.01, celulose 35,75±0,07, hemicelulose 22,03±0,04, lignina 20,34±0,05. Em relação ao crescimento celular, a cepa 356 apresentou crescimento mais acentuado do que a 254, atingindo pico de 4,50 UA620nm no tempo de 30 horas. A partir do perfil da curva obtida, o tempo de 24 horas foi selecionado como o tempo do inóculo. Das duas linhagens de Xanthomonas testadas, a máxima produção do biopolímero ocorreu no meio composto de 4% de bagaço de cana-de-açúcar e 4% de sacarose suplementada com 0,01% de uréia e 0,1% de K2HPO4. Nas condições utilizadas, a produtividade do biopolímero variou de 6,64±0,03 a 22,048±0,09g.L-1 enquanto a viscosidade aparente de 116,1±0,02 a 120,3±0,03 mPa.s. Pode-se concluir que é possível utilizar substratos alternativos na produção de GX, ajudando a eliminar os problemas ambientais, permitindo a valorização econômica destes resíduos, além do que, o Brasil poderia suprir sua própria demanda de GX com maior competitividade no preço final.